Preços do café arábica na ICE devem subir 10% no 2° semestre por menor oferta
LONDRES (Reuters) - Os preços de café arábica devem avançar ao longo do segundo semestre deste ano, impulsionados pelo aperto na oferta, de acordo com uma pesquisa da Reuters com oito operadores e analistas divulgada nesta sexta-feira.
A mediana prevista para os futuros de arábica na ICE ao término de 2017 foi de 1,50 dólar por libra-peso, alta de 10,3 por cento ante o fechamento da quinta-feira (27).
A projeção para as cotações no fim do ano está abaixo do consenso de 1,55 dólar por libra-peso reportado por pesquisa da Reuters em fevereiro.
"Acreditamos que o principal direcionador de preços até o fim de 2017 será a piora na oferta, que começou com o robusta no ano passado e agora chega ao arábica de média e alta qualidade, dada a menor safra no Brasil", afirmou o presidente da Hackett Financial Advisors, Shawn Hackett.
Maior produtor global da commodity, o Brasil deverá colher 50 milhões de sacas de café na atual safra 2017/18, sendo 38 milhões de sacas de arábica e 12 milhões de sacas de robusta. O ciclo é de bienalidade negativa.
Na temporada anterior, a produção foi de 55 milhões de sacas, segundo a Organização Internacional do Café (OIC).
O próximo ano deverá ser de recuperação, com a mediana para a produção em 2018/19 a 58,5 milhões de sacas, incluindo 43 milhões de sacas de arábica.
ROBUSTA
Os futuros de café robusta na ICE devem cair para 2.100 dólares por tonelada até o fim do ano, baixa de 1,9 por cento ante o fechamento de quinta-feira.
A projeção para o término de 2017 veio levemente acima daquela estimada na pesquisa da Reuters de fevereiro, de 2.080 dólares por tonelada.
As cotações do robusta subiram consideravelmente no ano passado e no começo de 2017 por causa da baixa produção no Brasil e no Vietnã.
Segundo os participantes da pesquisa da Reuters, os estoques de robusta tendem a permanecer apertados pelo menos até o início da colheita no Vietnã, que vai de meados de novembro até janeiro.
O país asiático deve produzir 28 milhões de sacas em 2017/18, de acordo com a pesquisa. Na safra anterior foram 25,5 milhões de sacas, segundo a OIC.
No Brasil, a safra de robusta (conilon) foi estimada em 15,5 milhões de sacas, ante 12 milhões na atual temporada, conforme a mediana das estimativas da pesquisa.
(Por Nigel Hunt)