Países que mais produzem café na África deverão ter um aumento simultâneo na oferta

Publicado em 07/06/2017 15:21

A produção de café nos dois maiores produtores da África irá ter a maior alta de todos os tempos na próxima temporada, além de ter exportações recorde, já que a produção em Uganda supera o pico estabelecido há 20 anos.

A produção total de café na Etiópia e na Uganda, que representam mais de 60% da produção da África, será de 10,9 milhões de sacas em 2017/18, disseram funcionários do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em sua primeira estimativa para a temporada.

Isso representaria um aumento de 175 mil sacas e representaria também a exportação de 7,31 milhões de sacas.

Mas é a Uganda, e não a Etiópia, que terá o maior aumento de produção, apesar das tentativas de Addis Abeba.

O governo etíope está tentando, no âmbito da iniciativa do Plano de Crescimento II, divulgada no ano passado, aumentar mais do que o dobro da produção de café nos cinco anos até 2019/20 para cerca de 1 milhão de toneladas (16,7 milhões de sacas).

Produção relativamente estagnada

No entanto, os funcionários do USDA em Addis Abeba observaram, em um relatório, que a produção de café da Etiópia estava "relativamente estagnada", alcançando 6,52 milhões de sacas em 2016/17.

"Para aumentar os rendimentos do café, maiores investimentos e recursos precisam ser dedicados ao desenvolvimento e distribuição de variedades melhoradas, suporte de extensão, melhores insumos, como fertilizantes e irrigação, e melhores práticas de gerenciamento de parque cafeeiro", disse o USDA.

Contudo, mesmo que a Etiópia conseguisse "duplicar a produtividade para alcançar os rendimentos brasileiros", sua produção, em cerca de 800 mil toneladas, teria um parque cafeeiro que que levaria alguns anos para amadurecer e produzir cerejas.

Exportações

A exportação permitirá que a Etiópia venda o chamado café "preservado por identidade", o que não vem sendo possível porque os grãos têm de passar pelo ECX, limitando o acesso do país a mercados de maior qualidade.

"Espera-se que as exportações de café preservadas de identidade se traduzam em mais café com valor agregado vendido no exterior, uma vez que os compradores internacionais estão dispostos a pagar um prêmio pela reivindicação de marketing preservada por identidade", destacou o USDA.

No entanto, as exportações de café etíope aumentaram, em termos de volume, em apenas 10 mil sacas em 2017/18, começando em outubro.

Uganda

A produção de Uganda, entretanto, deve aumentar para 4,35 milhões de sacas, superando um recorde que ocorreu em 1996/1997. O USDA acredita no  sucesso na campanha do país para replantar árvores mais produtivas nos últimos cinco anos.

O impulso foi "destinado a aumentar os rendimentos através da adoção de variedades melhoradas pelos agricultores, aumentando a eficiência do fornecimento de insumos agrícolas e a renovação dos serviços de extensão agrícola".

Na verdade, desde 2011/12, a produção ugandense aumentou em 37%, refletindo o crescimento em particular na produção de café arábica.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrimoney

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