Procafé: Mato alto facilita ataque de mancha aureolada em cafeeiros
As observações de campo efetuadas em fazenda na região Mogiana, em São Paulo, mostraram que, em área com condução de mato alto, em lavoura de café, o ataque da doença mancha aureolada sempre se apresenta mais grave.
A mancha aureolada é causada pela bactéria Pseudomonas seryngae pv. Garcae, cuja infecção é favorecida por condições de temperaturas baixas e umidade alta, por isso sendo mais problemática em regiões de altitudes elevadas e em períodos com entrada de frentes frias, com chuvas finas e continuadas.
Na condução do mato em cafezais, tem havido, ultimamente, por uma corrente de técnicos, a indicação do uso de plantio e manutenção de braquiária no meio do cafezal, conservada alta, depois roçada. Essa prática, se não bem conduzida, pode representar perdas de produtividade nas lavouras.
Quanto ao efeito de mato alto na incidência de doenças em cafezais, os primeiros autores já evidenciaram aumento no ataque de ferrugem em cafeeiros, pela ação da sombra das ervas, junto à saia das plantas de café.
Agora, as observações da influência do mato, como o cultivo de braquiária dentro do cafezal, sobre a maior incidência de Pseudomonas, deve estar relacionada a- 1) Manutenção de maior umidade, pelo mato, dentro da lavoura, com as gotas de água, de chuva ou de orvalho, se mantendo sobre as ervas e liberando umidade ao micro-ambiente, diferentemente do solo limpo, que absorve esta água.2) Pela menor temperatura, no interior do cafezal, motivada pela interceptação e reflexão dos raios solares pela cobertura de ervas, altas ou roçadas, impedindo, assim, a absorção do calor pelo solo limpo e sua irradiação noturna, para o ambiente. Deste modo, o micro-clima no cafezal, mais úmido e frio, condiciona o maior ataque da mancha aureolada.
Complementando as observações, na mesma Fazenda Mamonal, verificou-se que, em outras áreas, de cafezal adulto, nas quais vem sendo feitos tratamentos sistemáticos com pulverizações de fosfitos, tipo o Fitofos K-plus, com indução de resistência, tem havido significativa redução na incidência de Pseudomonas.
J.B. Matiello e S.R. Almeida – Engs Agrs Fundação Procafé e J.R. Martins e J. Roberto Cristóvão – Tecs Agrs Wiser e Fda Mamonal