Procafé: Acauãma – variedade de cafeeiros muito resistente e produtiva

Publicado em 19/04/2017 11:22

 A variedade/cultivar/ de cafeeiros  Acauâma, lançada, recentemente, pela Fundação Procafé, se mostra muito resistente, à ferrugem  e  a déficits hídricos, alem de apresentar alta produtividade

Acauãma significa Acauã amarelo, a primeira seleção com frutos desta cor, sendo que as demais são  de frutos vermelhos. Ela surgiu de um cruzamento natural, provavelmente entre Catucai amarelo e Acauã, em um campo de teste em Domingos Martins-ES. Plantas selecionadas desse material de Acauã foram colocadas em campo em Varginha e Eloy Mendes-MG e ali surgiram algumas poucas plantas de frutos amarelos. Elas foram reproduzidas individualmente e, destas, uma planta deu origem, em F4, em campo de experimento em Araguari-MG(Convenio Fundação Procafé com a ACA), a uma geração muito produtiva.

Destaca-se que, a região cafeeira de Araguari tem apresentado déficits hídricos significativos, especialmente nos últimos anos, razão pela qual é predominante, naquela região, a  cafeicultura irrigada.  No caso do campo de teste de variedades, a condução do ensaio foi na condição de sequeiro, sem irrigação. Neste ensaio houve destaque para o item Acauã amarelo 48, agora denominado Acauãma, que sempre apresentou alto vigor, as plantas se mantendo, todo o período, enfolhadas e quase sem seca de ramos produtivos, enquanto outros materiais tradicionais sentiam muito a condição de stress hídrico. As fotos incluídas nessa matéria permitem visualizar este comportamento diferenciado.

Em 5 safras nesse ensaio, em Araguari, o material de Acauãma  apresentou a média produtiva de 73 scs/ha, se situando em 1º lugar na produtividade entre  mais de 60 itens em teste, sendo que  a cultivar Catuai V 15, usada como padrão, produziu  47,9 scs/ha(quadro 1).   Verificou-se que, em todo o período de avaliação, de 7 anos, as plantas de Acauãma não apresentaram infecção pela ferrugem, portanto em condição de imunidade, até o momento, em relação àquela doença.

 

Desse ensaio foi derivada a geração F5, que foi colocada em campos em varias regiões de Minas Gerais, da Mogiana-SP e do Espirito Santo. As plantas dessa geração, já na segunda safra, se mostram uniformes, sem segregação para porte, que é baixo, e para cor do broto, que é bronze.

Vale lembrar que o material de Acauã é oriundo do cruzamento do Sarchimor 1668 com o Mundo Novo, feito no Paraná, pelo Dr Kaiser, do ex-IBC, ainda na década de 1980. Nos cruzamentos e seleções, em seguida,  já deu origem ao registro de  cultivares como Acauã, Acauâ novo e Asa Branca, estando em fase final , mais 2 seleções, da Cv 2 e 8 e da 7/52.

Conforme os resultados produtivos e as características apresentadas,  chega-se à conclusão  que a nova cultivar pode ser plantada, em lotes comerciais, com prioridade para cultivos de sequeiro e para regiões mais quentes, ou, ainda, para produtores de menor nível tecnologico.

J.B. Matiello, S.R. Almeida e  Iran B. Ferreira – Engs Agrs Fundação Procafé e Reginaldo O. Silva- Tec. Agr. ACA

Fonte: Procafé

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
Com a presença de toda a cadeia produtiva, Semana Internacional do Café discute sobre os avanços e desafios da cafeicultura global
Em ano desafiador para a cafeicultura, preços firmes e consumo aquecido abrem oportunidades para o setor
Mercado cafeeiro trabalha com preços mistos no início da tarde desta 5ª feira (21)
Cooabriel fala sobre a expectativa da safra do café conilon para o Espírito Santo e Bahia
undefined