Café: Setor produtivo e governo do ES se reúne com Blairo Maggi nesta 3ª para tentar barrar importação de robusta
O setor produtivo de café do Brasil, principalmente os capixabas, se reúne nesta terça-feira (7) com o ministro da agricultura, Blairo Maggi. O objetivo é apresentar levantamentos que mostram que não há necessidade de importar robusta (conilon), que o grão sairia até mais caro que o brasileiro e também alertar o ministro sobre a possibilidade doenças que o país estaria suscetível com a liberação da medida.
Estão presentes na reunião o presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Marcelo Suzart e o senador Ricardo Ferraço, do Espírito Santo. O governo do Espírito Santo é totalmente contrário à importação de café. O estado enfrenta anos consecutivos de seca e o café é responsável por 35% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado.
Essa reunião foi pedida pelo presidente Michel Temer, que solicitou na semana passada a Maggi "muita calma" ao tratar do assunto. Segundo o ministro, em entrevista à Reuters na última sexta-feira (3), essa é uma decisão que pode criar arestas políticas, por isso o cuidado de Temer com o assunto.
Em coletiva de imprensa com jornalistas na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na segunda-feira (6), Blairo Maggi afirmou que ele e sua equipe estão convencidos da necessidade de importação de café robusta nesta safra no Brasil, mas que a medida deverá ser feita de forma temporária e em volume específico a ser definido. O documento de autorização, inclusive, já está pronto e o pedido à Camex (Câmara de Comércio Exterior), órgão do Ministério do Desenvolvimento, pode ser feito ainda nesta semana. A agência de notícias internacionais Bloomberg afirma que isso pode ocorrer já nesta terça-feira (7).
Representantes da indústria de café solúvel e torrado e moído pleiteiam a importação de 200 mil sacas mensais desde o fim do ano passado, no período compreendido entre janeiro e maio, volume que seria isento da tarifa de importação. Acima disso, seria aplicada a Tarifa Externa Comum (TEC) de 35%. Os cafés poderiam ser importados de países como o Vietnã e Indonésia.