Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 400 pts nesta 4ª e se aproxima de US$ 1,45/lb

Publicado em 04/01/2017 16:47

As cotações futuras do café arábica tiveram uma sessão de boas altas na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) nesta quarta-feira (4). Em ajustes e apoiado pelo câmbio, o mercado subiu mais de 400 pontos nos principais vencimentos depois de testar mínimas de mais de seis meses nos últimos dias. Ainda assim, os investidores seguem bastante atento às informações sobre o desenvolvimento da próxima safra do Brasil e outras origens produtoras.

Com esse avanço, os preços externos da variedade já estão próximos de retomar o patamar de US$ 1,45 por libra-peso. O contrato março/17 fechou o pregão de hoje cotado a 141,80 cents/lb com 440 pontos de alta, o maio/17 anotou 144,10 cents/lb com 440 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 146,40 cents/lb com 440 pontos de valorização e o setembro/17, mais distante, subiu 450 pontos, cotado a 148,45 cents/lb.

"Ambos os mercados [arábica e robusta] tiveram apoio dos fortes movimentos cambiais em seus principais países produtores, afastando a venda do produtor em mercados denominados em dólares internacionais", reportou a agência de notícias Reuters em referência ao mercado desta quarta. O arábica fechou a sessão com o patamar mais alto desde 22 de dezembro.

O dólar comercial fechou o dia com queda de 1,35%, cotado a R$ 3,2183 na venda, repercutindo fundamentalmente dados positivos da economia global. As oscilações na moeda estrangeira impactam diretamente as exportações da commodity e, consequentemente, os preços internos e externos do grão. O dólar mais baixo desencoraja as embarques e pode contribuir para um ajuste na oferta global de café.

Segundo a Reuters, o arábica também acompanhou de perto o rally na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) para o robusta, que oscilou baseada nas moedas locais dos países produtores da variedade.

De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, apesar dos ajustes técnicos realizados ontem (3) e nesta quarta, os operadores no terminal externo também seguem acompanhando as informações recentes sobre a oferta. "O mercado está muito técnico. A primeira sessão do ano manteve o perfil de poucos negócios, algo tradicional, já que os participantes ainda estão num movimento de regresso das atividades de final de ano. No pregão, os parâmetros observados ao final de 2016 foram mantidos", afirmou.

Nos últimos dias de 2016, os contratos futuros do arábica testaram mínimas de seis meses com os operadores confiantes com as chances cada vez menores de desabastecimento do grão neste ano por conta das melhores condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. Após essa queda que levou os preços a US$ 1,30/lb, ajustes passaram a ser registrados no mercado. O café arábica, negociado na ICE, fechou o ano de 2016 com alta de 8,2% no primeiro contrato, fechando a US$ 1,371 dólar por libra-peso. Foi o melhor desempenho anual em dois anos.

A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), maior do mundo, estima queda na produção de café do Brasil em 2017 em cerca de 17%. "Estamos prevendo uma safra menor neste ano por conta da bienalidade baixa das lavouras na maioria das regiões produtoras de café arábica. O conilon também não se recuperou das perdas recentes, então em 2017 esse problema de desabastecimento será ainda maior", explicou o presidente da cooperativa, Carlos Paulino. A produção na área de abrangência da cooperativa em 2016 foi de 20 milhões de sacas.

A Federação Nacional de Produtores de Café da Colômbia reportou nesta quarta-feira que sua produção total de café arábica lavado em 2016 foi de 14,23 milhões de sacas de 60 kg. As exportações subiram 1,2% no ano, para 12,86 milhões de sacas.

Mercado interno

Nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos os negócios com café ainda por conta das festas de final de ano. Por outro lado, os preços ofertados até o momento não agradam ao produtor, que espera a retomada do patamar de R$ 500,00 a saca. Segundo reporte do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) nesta quarta-feira, o clima tem sido favorável, mas a bienalidade negativa deve resultar em menor produção de café na temporada brasileira 2017/18.

Com isso, conforme colaboradores do Cepea, compradores nacionais já se mostram preocupados com a provável justa oferta do grão em 2017 e também no início de 2018, já que esse cenário deve manter firme os preços do café.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 560,00 a saca e alta de 3,96%. A maior variação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 3,96% e saca a R$ 525,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 551,00 a saca e alta de 3,77%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca e alta de 4,00%. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Guaxupé (MG) com avanço de 4,29% e saca a R$ 486,00.

Na terça-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 472,28 com queda de 1,93%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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