Rabobank aponta cacau como produto mais otimista para 2017; café é o mais pessimista

Publicado em 23/11/2016 13:51

Os especuladores, que têm sido grandes players nos mercados agrícolas como soja e açúcar neste ano, devem permanecer "bastante ativos" em 2017, como afirma o Rabobank. O banco ainda aposta no cacau como o produto mais otimista para o próximo ano e no café como o mais pessimista.

O Rabobank lembra que a procura de rendimento por parte dos investidores, em um momento de baixos custos de empréstimos, deve continuar. "Espera-se que as taxas de juros aumentem apenas lentamente, mantendo os investidores à procura de maiores retornos", disse o banco, acrescentando que os fundos indexados também podem voltar ao mercado no segundo semestre de 2017.

"O interesse em fundos de índices de commodities, que oferecem proteção contra uma possível inflação, pode ser reavivado se o medo da inflação reaparecer", aponta.

Queda do café

Apesar de haver uma previsão de um novo déficit mundial da produção em 2017/18, de mais de 2 milhões de sacas, o banco sinalizou o potencial de fraqueza cambial nos principais países produtores, o que deve apoiar os preços locais do café e incentivar a venda.

Em grande parte da América Latina, as perspectivas para a produção são boas. O Peru, por exemplo, deverá ter uma safra bastante forte em 2017/18.

O Rabobank prevê ainda os futuros do arábica para o fim do próximo ano em cerca de 149 centavos de dólar por libra peso, um patamar bem abaixo dos 170,70 centavos que o contrato de dezembro/17 aponta no dia de hoje. O robusta deve cair também para 2.040 dólares a tonelada ao invés de subir para 2.113 dólares a tonelada como o mercado espera neste momento.

A China e o milho

O milho e o trigo também foram nomeados como apostas mais baixas, com o futuro do milho devendo chegar em média a US$3,55 o bushel nos três últimos meses do próximo ano, em comparação com os US$3,84 que estão sendo previstos neste momento.

Os estoques mundiais de milho devem cair pela primeira vez nesta década em 2017/18, mas o Rabobank identificou que a China deve liberar os suprimentos dos seus estoques estatais, o que pode transformar o país em um exportador líquido do grão.

Para o trigo, os futuros de Chicago deve subir para US$4,60 o bushel até o próximo ano, mas não o suficiente para permitir uma queda nos estoques mundiais.

Demanda muito forte

No entanto, o Rabobank está mais otimista em suas perspectivas para os futuros da soja em Chicago, vendo os números retornarem a US$10,70 na primavera (outono no Hemisfério Sul), à frente dos US$10,41 que vem negociando os contratos de maio.

Os preços devem ser sustentados pelo crescimento de 2% na demanda mundial das oleaginosas, com importações expressivas por parte da China, que devem crescer mais 3,5% em 2017/18.

Caminho doce para o cacau

O banco classificou o cacau como a aposta mais ativa para o próximo ano, prevendo que os futuros de Nova York devam fechar o ano em US$ 2.620 por tonelada, acima dos US$ 2.448 por tonelada que vêm sendo cotados.

Salientando a perspectiva de um segundo excedente mundial de produção em 2017/18, o Rabobank destacou o potencial para uma maior procura pelo produto, à medida em que as vendas de chocolate se estabilizam na Europa e nos Estados Unidos.

Além disso, o Rabobank também acredita que as vendas de chocolate deverão ser bastante atrativas para o mercado asiático.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrimoney

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