Café: Com influência do dólar, cotações do arábica tem novo dia de ajustes e cai quase 150 pontos nesta 3ª feira
Nesta terça-feira (22), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltou fechar do lado vermelho da tabela, após pregão de volatilidade. O mercado internacional segue buscando direcionamento e trabalhando de forma técnica, após fortes oscilações registradas diante da preocupação com o abastecimento na próxima temporada. Além disto, também acompanha as informações de câmbio.
O vencimento março/17 – atual referência para o mercado – anotou perdas de 145 pontos no pregão, com negociação a 161,85 cents/lb. Já maio/17 registrou queda de 140 pontos e cotado a 164,20 cents/lb. O contrato julho/17 fechou valendo 166,30 cents/lb, com recuo de 166,30 cents/lb, enquanto que setembro/17 trabalha em 168,15 cents/lb.
O analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, explica que o mercado segue em ajustes técnicos. “As bolsas internacionais operam lateralizadas, consolidando patamar de trabalho”, aponta. Além disto, a analista considera que também já foi precificada a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
No Brasil, o dólar fechou em alta após sessões consecutivas de perdas, devido a intervenções do Banco Central. Com isso, a moeda norte-americana fechou a R$ 3,3565 na venda, com avanço de 0,13%, com investidores acompanhando a movimentação externa – segundo informa a agência de notícias Reuters.
Além disto, nesta semana é comemorado o feriado na próxima quinta-feira (24), o que deve trazer certa lentidão ao mercado nos próximos dias, já que é data é de grande importância nos Estados Unidos. "Os participantes estão mais focados em realizar suas viagens ou confraternizações relacionadas ao Dia de Ação de Graças", coloca o analista do mercado de café, Anilton Machado, em boletim diário.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também revisou a safra de café do Brasil em adido divulgado hoje. Segundo relatório, a produção brasileira de café na safra 2016/17 (julho a junho) foi revisada para 56,1 milhões de sacas de 60 kg, com aumento de 6,7 milhões de sacas.
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Já no cenário climático, os principais institutos de meteorologia apontam para precipitações fortes na região da Mogiana, em Minas Gerais e Espírito Santo por pelo menos os próximos três dias. Já Bahia, Paraná e oeste de São Paulo podem registrar um período de seca e temperaturas elevadas.
Mercado interno
No Brasil, os negócios continuam lentos e produtores esperam oportunidades mais atrativas de negociação. O cenário deve ser observado até o próximo ano, segundo explica o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, em que só devem haver interesse em negociação em picos de altas.
Informações do boletim semanal do diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, também apontam que os negócios no Brasil devem seguir em ritmo lento. “Já os naturais brasileiros só devem voltar a ser oferecidos com mais volume caso os preços voltem a subir, não apenas em função do produtor já ter comercializado um percentual grande da safra corrente, mas também dada a proximidade do fim do ano, que pode fazer os detentores de café protelar as vendas para evitar pagar mais imposto”, aponta Costa.
Com isso, o tipo cereja descascado registrou alta de 2,35% em Poços de Caldas (MG), com negócios a R$ 611,00 pela saca de 60 quilos. Em Espírito Santo do Pinhal (SP) houve valorização de 3,17% e referência de 650,00 pela saca.
No tipo 4/5, em Poços de Caldas (MG) foi registrada valorização de 0,18%, que levou o valor da saca de 60 quilos para R$ 568,00. Já em Varginha (MG) o dia foi de recuo, com que de 2,56% na negociação da saca, que fecha a R$ 570,00.
Para o tipo 6 duro, foi registrado recuo de 2,59% em Varginha (MG) e negócios a R$ 565,00 pela saca. Em Guaxupé (MG), a queda foi de 0,18%, em que a referência fecha o dia a R$ 565,00 por saca.
Na segunda-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 556,05 com recuo de 1,99%.