CNC se reúne com ministro Geddel Vieira Lima para garantir celeridade nas medidas voltadas à cafeicultura
CELERIDADE NAS AÇÕES — Nesta semana, reunimo-nos com o Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para tratarmos de assuntos inerentes à cafeicultura que necessitam de celeridade nas definições que cabem ao Governo Federal.
Em um primeiro momento, comunicamos que é equivocada a percepção de que os elos da cadeia produtiva estão em dissonância, conforme leviandade cometida nos bastidores por um parlamentar, haja vista que todas as propostas conduzidas até a esfera governamental foram consensuais e assinadas por todas as entidades de representação da produção, do setor industrial de torrado e moído e de solúvel e da exportação.
No encontro, solicitamos ao ministro, conforme acertado com todo o segmento privado, que não se pense em alterações na legislação vigente e na estrutura hoje existente para a cafeicultura, em especial no que tange ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e ao Departamento de Café, Cana de Açúcar e Agroenergia, pois são fundamentais para a tomada de decisões democráticas e proativas a favor do setor.
Em relação ao cenário mercadológico, apresentamos ao ministro Geddel que o atual patamar de preço está nos limites do livre comércio, sendo, portanto, necessária a manutenção da realização dos estoques públicos de café para o abastecimento das indústrias do setor, haja vista que essas se veem em cenário de restrição de oferta devido à quebra de safra motivada pela continuidade da seca, em especial no Espírito Santo, o que as obriga a alterarem seus blends, adquirindo maior volume de arábica, preferencialmente dos estoques públicos, em substituição aos escassos robustas.
Por fim, também demandamos uma definição a respeito da nomeação oficial de um diretor para o Departamento de Café, Cana de Açúcar e Agroenergia, recordando que toda a cadeia produtiva cafeeira, assim como as entidades de classe do setor canavieiro e de agroenergia assinaram ofício conjunto com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e o deputado federal Evair de Melo e o senador Ricardo Ferraço, membros da Frente Parlamentar Mista do Café, indicando nossa sugestão para o cargo.
MERCADO — Os contratos futuros do café nos mercados internacionais registraram forte movimento de correção nesta semana, apesar de terem alcançado novas máximas na segunda-feira, 7, com os arábicas atingindo seu maior nível desde janeiro de 2015. Entretanto, de lá em diante, observou-se um intenso movimento de realizações de lucro, que se alinhou à força do dólar ante o real e aos indicadores técnicos sobrecomprados na pressão sobre as cotações.
A divisa norte-americana apurou ganhos de 4,03% sobre a moeda brasileira no acumulado da semana até ontem, quando foi cotada a R$ 3,3614, sendo impulsionada pela vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. A percepção de investidores, de que os juros americanos poderão subir de forma mais agressiva devido à possibilidade de aumento dos gastos públicos e do corte de impostos no país para acelerar a economia, serviu de mola para esse avanço mundial do dólar.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro do contrato C despencou 950 pontos na semana, encerrando o pregão de ontem a US$ 1,6185 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento novembro registrou declínio semanal de US$ 112, para o nível de US$ 2.133 por tonelada na sessão de quinta-feira. Do lado otimista, analistas entendem que o precário equilíbrio entre oferta e demanda pode ajudar a dar sustentação aos mercados cafeeiros internacionais.
No Brasil, os preços do café percorreram caminho próprio nesta semana, permanecendo praticamente estáveis e oscilando em proporção menos intensa em relação ao andamento dos mercados globais. Em função das incertezas relacionadas à safra 2017/18, os agentes continuam retraídos, com poucos negócios sendo efetuados.
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 562,61/saca e a R$ 547,63/saca, respectivamente, com variações de -0,80% e 0,23% na comparação com o desempenho da semana antecedente.