Café: Bolsa de Nova York mantém alta nesta 5ª feira com preocupação com safra em 2017 e câmbio

Publicado em 03/11/2016 16:59

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva nesta quinta-feira (3). Diante da possibilidade de desabastecimento do grão no mercado em 2017, com o Brasil tendo menor produção e substituindo o robusta pelo arábica, os preços externos da variedade testaram na sessão máximas de 21 meses. Recompras de fundos e o câmbio também contribuíram para o avanço das cotações.

Com essa nova alta, as cotações externas da variedade já conquistaram o patamar de US$ 1,75 por libra-peso nos vencimentos mais distantes. O vencimento dezembro/16 encerrou o dia com alta de 275 pontos, cotado a 165,65 cents/lb, já o março/17 anotou 169,20 cents/lb também com alta de 275 pontos. Já o contrato maio/17 registrou 171,40 cents/lb com 275 pontos de valorização, enquanto o julho/17 subiu 280 pontos com 173,30 cents/lb.

De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, o mercado não esboçou na sessão de hoje muitas novidades. "No que se refere ao clima, esperam que nas regiões produtoras do Brasil possam ocorrer novas chuvas nas próximas semanas, o que é algo bastante relevante, mas que já está um tanto quanto precificado. No mercado externo, continua a apreensão sobre a questão das eleições nos Estados Unidos na próxima semana", afirma.

Nos últimos dias, os futuros do arábica têm avançado com o suporte das incertezas em relação à oferta do grão em 2017. O Brasil já deve ter produção menor em 2017 por conta da bienalidade baixa, além disso, o café arábica no país tem sido usado pelas torrefadoras como substitutivo do robusta. Com isso, o mercado teme que os brasileiros reduzam suas exportações.

Dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgados nesta tarde confirmam a redução das exportações do Brasil em setembro em relação ao mesmo período de 2015. Com isso, os embarques de café verde atingiram 2,68 milhões de sacas, ante 2,91 milhões no ano passado.

O vice-presidente da Price Futures Group e analista Jack Scoville confirma a cautela dos investidores em relação a oferta da próxima temporada. "Mais arábica está sendo mantido para o consumo interno agora, com menos disponibilidade para exportação e esta tendência deverá continuar. Muitos esperam a diminuição do ritmo de exportação do Brasil no curto prazo", explica Scoville.

O câmbio também contribuiu para os ganhos no terminal externo nesta quinta-feira, pois impacta diretamente nas exportações. O dólar comercial recuou 0,16% na sessão, cotado a R$ 3,236 na venda, acompanhando a oscilação da divisa no exterior e com investidores apreensivos com a eleição presidencial nos Estados Unidos na próxima semana.

Mercado interno

No Brasil, seguem isolados os negócios com café. Segundo Anilton Machado, o grande destaque são as bebidas de qualidade mais inferiores, que tem registrado grande valorização para substituição do robusta, que está em falta após os problemas enfrentados na safra. O analista ainda aponta que a diferença entre os tipos de cafés de maior e menor qualidade estão estreitas.

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 607,00 a saca e alta de 2,88%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 3,61% e saca a R$ 602,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 641,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG), que teve valorização de 2,75% e saca a R$ 560,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Franca (SP) com R$ 570,00 a saca e alta de 1,79%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Araguari (MG) com queda de 3,45% e saca a R$ 560,00.

Na terça-feira (1), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 538,88 com alta de 0,67%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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