Café: Bolsa de Nova York volta a subir nesta 5ª feira e testa patamar de US$ 1,70/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam o pregão desta quinta-feira (27) com alta de pouco mais de 100 pontos após oscilarem dos dois lados da tabela durante toda a sessão. Após a queda na véspera, os operadores externos voltaram a repercutir as condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil, que podem impactar o abastecimento do grão no ano que vem. O câmbio também influenciou o os preços externos da variedade durante o pregão.
Com essa alta, os principais vencimentos na ICE voltaram a ficar próximos do patamar de US$ 1,70 por libra-peso. O contrato dezembro/16 fechou a sessão de hoje cotado a 164,80 cents/lb com 110 pontos de alta, o março/17 registrou 168,30 cents/lb com avanço de 110 pontos. Já o vencimento maio/17 anotou no pregão 170,40 cents/lb com 105 pontos positivos e o julho/17, mais distante, avançou 100 pontos, cotado a 172,15 cents/lb.
Há alguns dias, os operadores no terminal externo do arábica repercutem as incertezas com o abastecimento do grão no próximo ano. Além de ter safra mais baixa em 2017, o Brasil – maior produtor e exportador da commodity no mundo – pode ter que reduzir suas exportações para atender a demanda interna. O café arábica tem até sido usado pelas torrefadoras brasileiras como substitutivo do robusta, que testou nos últimos dias os níveis mais altos em dois anos em Londres. As informações são de agências internacionais.
"A produção de robusta no Brasil será baixa novamente e os preços da variedade estão atualmente mais altos e acima do arábica no país. Com mais arábica sendo mantido para o consumo interno, há menor disponibilidade para exportação. Torrefadores locais estão adicionando mais arábica para misturas para compensar a pequena oferta de robusta e a alta dos preços", explicou em informativo o vice-presidente da Price Futures Group e analista, Jack Scoville.
"Ainda não sabemos como abastecer o mercado interno e cumprir com as exportações, mas tudo indica que o cenário é mais positivo do que negativo", explicou na terça-feira (25) o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes. Além desse pessimismo com a produção do Brasil, segundo Carvalhaes, a situação econômica do país também contribui para as perdas nas cotações do arábica. "Com a queda do dólar, como o mercado é comprador aqui dentro, baixaram as ofertas e isso motiva a alta externa para chegar num patamar que interesse novamente aos produtores venderem café".
De acordo com informações da agência internacional de notícias Reuters, comerciantes registraram a resistência de curto prazo no mercado do arábica na última semana em cerca de US$ 1,60/lb,US$$ 1,65/lb e US$ 1,66/lb, alimentando o interesse dos investidores. "O café parece que está em uma missão para ir até mais alto. Nós registramos altas resistências", disse Stephen Platt, analista da corretora de futuros Archer Financial Services.
Durante o dia, o dólar comercial chegou a influencias nas cotações do arábica, mas acabou fechando em alta. A divisa seguiu o exterior e avançou 0,42%, cotada a R$ 3,1555 na venda. As oscilações no câmbio impactam diretamente nas exportações da commodity.
Mercado interno
Os negócios no Brasil continuam isolados. Só aparece ao mercado o produtor que realmente precisa fazer caixa, os mais capitalizados aguardam patamares mais altos para voltarem às praças de comercialização do país. Os preços no país até têm acompanhado as valorizações externas, mas os negócios não ganham liquidez.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 600,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,59% e saca a R$ 576,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 560,00 a saca e alta de 0,36%. A maior oscilações no dia.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 560,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças na Média Rio Grande do Sul (Clicmercado) com alta de 3,96% e saca R$ 525,00.
Na quarta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 529,03 com valorização de 0,44%.