Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 200 pts nesta tarde de 2ª feira e vencimentos operam acima de US$ 1,60/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta de mais de 200 pontos nesta tarde de segunda-feira (24) e estendem os ganhos registrados na última sexta-feira (21). Com esse novo avanço, os preços externos da variedade voltaram a ficar acima do patamar de US$ 1,60 por libra-peso. O mercado repercute na sessão de hoje as incertezas em relação ao abastecimento do grão em 2017, mas também tem suporte do câmbio.
Pelo horário de Brasília, às 12h26, o vencimento dezembro/16 estava cotado a 158,35 cents/lb com alta de 225 pontos, o março/17 registrava 161,80 cents/lb com avanço de 220 pontos. Já o contrato maio/17 estava sendo negociado a 164,15 cents/lb com 235 pontos positivos e o julho/17, mais distante, subia 210 pontos, cotado a 165,80 cents/lb. Na semana passada, os futuros mais distantes do arábica estavam próximos de US$ 1,60/lb.
Após o mercado do arábica recuar no fim da semana passada, os preços externos do grão iniciaram a semana com alta expressiva com os operadores no terminal externo bastante atentos ao desenvolvimento da safra 2017/18 de café do Brasil. As lavouras do país, maior produtor e exportador da commodity no mundo, estão em plena florada e condições climáticas adversas neste momento podem prejudicar a produção no próximo ano e desequilibrar o abastecimento mundial.
"Mais chuvas são necessárias, especialmente por conta da fase de floração", disse na terça-feira (18) Shweta Upadhyay, analista da Global Coffee Monitor, ao Agrimoney. "Há enormes preocupações com o abastecimento no Brasil para 2017", pondera a analista. Segundo mapas climáticos, o clima nas principais áreas produtoras do país deve continuar instável. Instabilidades tropicais e uma frente fria causam chuva sobre o Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais.
Nesta segunda-feira, o câmbio também dá suporte aos preços externos do café arábica. Às 11h59, o dólar comercial caía 1,22%, cotado a R$ 3,122 na venda, acompanhando o movimento das moedas emergentes e à espera de recursos externos no país. O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity e com isso os preços externos do grão tendem a avançar.
Nas praças de comercialização do Brasil, seguem isolados os negócios com café mesmo com os preços em alta nos últimos dias. "Os produtores mostram-se desorientados com o comportamento dos preços. Vendem na medida de suas necessidades de 'caixa' para fazerem frente aos compromissos mais próximos e não conseguem entender como os preços do conilon e do arábica estão no mesmo patamar", afirmou o Escritório Carvalhaes em seu mais recente informativo.
Na sexta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 509,61 com valorização de 0,42%.