Café: Cotações do arábica em NY realizam ajustes nesta 4ª feira após cinco sessões seguidas de alta

Publicado em 19/10/2016 11:43

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 100 pontos nesta tarde de quarta-feira (19) em ajustes técnicos ante as recentes valorizações registradas devido às incertezas climáticas no cinturão produtivo em plena florada, o que poderia impactar a próxima safra do país. O mercado completou ontem (18) a quinta sessão consecutiva de valorização repercutindo essas incertezas, o câmbio também contribuía para os ganhos no terminal externo.

Apesar da queda, os futuros do arábica no terminal se mantém próximos de US$ 1,60 por libra-peso. Pelo horário de Brasília, às 12h25, o vencimento dezembro/16 registrava 157,55 cents/lb com 120 pontos de queda, o março/17 anotava 161,00 cents/lb com recuo de 120 pontos. Já o contrato maio/17 estava sendo negociado a 163,10 cents/lb com 110 pontos negativos e o julho/17, mais distante, recuava 100 pontos, cotado a 165,10 cents/lb.

Segundo reportam agências internacionais, as cotações do arábica estão no vermelho nesta quarta-feira em meio à ajustes técnicos ante as recentes altas. No entanto, os operadores no terminal externo seguem bastante atentos ao clima no cinturão produtivo do Brasil, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo. "Preocupações recentes sobre chuvas irregulares, que atrapalham o período de floração no Brasil, elevaram os preços arábica nas últimas cinco sessões", informa a agência de notícias Reuters.

Durante o 42º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, em Serra Negra (SP), o presidente da Fundação Procafé, José Edgard Pinto Paiva revelou as projeções baixistas da entidade para a próxima safra do país. "Na média, teríamos no próximo ano uma produção de 39 milhões de sacas entre arábica e robusta, isso representa uma queda de 20% em relação a 2016. Esses números não são finais, porque ainda são necessários levantamentos de campo, mas refletem a realidade do mercado", explica.

Para Paiva, essa queda expressiva na produção do grão brasileiro está relacionada às questões climáticas – que afetaram as plantações do país neste ano –, a bienalidade baixa e a idade das plantações do país. "Nosso parque cafeeiro precisa ser renovado", ressalta o presidente da Fundação Procafé.

Informações de agências internacionais apontam que o clima ainda deve ser complicado nos próximos dias para os cafeicultores brasileiros. "Chuvas no fim de semana trouxeram pequena melhora na umidade no solo de áreas de café do Sul e chuvas moderadas para os próximos dias não devem melhorar significativamente as condições das lavouras brasileiras", disseram meteorologistas da MDA Information Services à Reuters. "O clima seco retorna em áreas do Norte do país durante os próximos 10 dias e a umidade do solo a diminuirá novamente, prejudicando a floração do café".

Enquanto isso, no Brasil, os preços internos do café até avançam acompanhando as altas externos. Porém, os cafeicultores cientes da lógica mercadológica esperam por melhores patamares à frente e continuam realizando vendas isoladas nas praças de comercialização do país. Na terça-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 515,16 com valorização de 0,92%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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