Café: Bolsa de Nova York sobe cerca de 500 pts nesta 2ª feira com suporte do câmbio e safra 17/18 do Brasil
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (10) com alta próxima de 500 pontos e voltaram a ficar mais próximos do patamar de US$ 1,60 por libra-peso após fecharem com queda de 2% no acumulado da semana passada. O mercado segue realizando ajustes técnicos, mas também está atento ao câmbio e as incertezas em relação à safra 2017/18 do Brasil, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo.
O contrato dezembro/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 152,85 cents/lb com 485 pontos de alta, o março/17 anotou 156,25 cents/lb com 490 pontos de avanço. O vencimento maio/17 fechou o dia com 158,35 cents/lb com 505 pontos de valorização e o julho/17, mais distante, registrou 160,20 cents/lb com ganhos de 510 pontos.
De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, o mercado do arábica avançou nesta segunda diante de ajustes técnicos e com suporte do câmbio. Além disso, a próxima safra do Brasil também segue repercutindo no mercado. "As cotações iniciaram a semana com boa alta estendendo os ganhos registrados na última sexta-feira", diz. O mercado fechou a sessão anterior próximo de US$ 1,50/lb.
Com esse novo avanço, os preços externos do grão já estão próximos do patamar de US$ 1,60/lb. Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, essa valorização nos preços do arábica hoje também está ligado ao bom humor dos mercados globais diante da corrida presidencial nos Estados Unidos. "Cada passo que a candidata democrata dá em direção a Casa Branca é sinal de compra nos mercados", explica Magalhães salientando que o dólar impacta bastante no mercado do café.
A moeda norte-americana fechou a sessão desta segunda-feira com queda de 0,43%, cotada a R$ 3,2025 na venda, repercutindo o recuo da moeda ante divisas emergentes e a expectativa pela votação da PEC do teto dos gastos na Câmara. O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity, em compensação os preços externos do grão sobem.
De acordo com o Informe Estatístico do Café de setembro, divulgado nesta segunda-feira pela SPA (Secretaria de Política Agrícola) do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), as exportações de café em setembro totalizaram o maior volume registrado no ano com 3,12 milhões de sacas de 60 kg e receita de US$ 516,2 milhões.
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No aspecto fundamental, os operadores seguem atentos às incertezas em relação à safra 2017/18 do Brasil. A Zona da Mata de Minas Gerais foi a primeira região produtora do Brasil que já recebeu a principal florada da safra 2017/18. Os produtores da localidade estão animados e afirmam que a produção tem saúde e condições de dar um bom retorno no próximo ano. Ainda assim, a maior parte das regiões produtoras do país ainda não tiveram a principal florada.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil as negociações com café não esboçaram muitas mudanças em relação aos últimos dias. Diante da atual situação mercadológica, os cafeicultores brasileiros esperam preços mais altos e fazem apenas vendas isoladas. "O setor produtivo vem administrando a entrada do café no mercado, deixando os preços internos sustentados e a ansiedade dos envolvidos testando novos limites dia a dia", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e alta de 1,72%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,94% e saca a R$ 525,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Franca (SP) com R$ 535,00 a saca e alta de 4,90%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.