Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York opera com leve alta nesta manhã de 3ª feira
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta manhã de terça-feira (4) e recuperam parte das perdas registradas na véspera, quando o mercado repercutiu a melhora na condição climática nesta semana nas principais origens produtoras do Brasil. Apesar do avanço do mercado, em ajustes técnicos, os preços externos do grão continuam próximos do patamar de US$ 1,55 por libra-peso.
Pelo horário de Brasília, às 09h24, o vencimento dezembro/16 estava cotado a 147,70 cents/lb com 15 pontos de alta, o março/17 registrava 151,00 cents/lb com 10 pontos de avanço. Já o contrato maio/17 estava sendo negociado a 153,35 cents/lb com 55 pontos de queda e o julho/17 subia 5 pontos a 154,60 cents/lb.
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Veja como fechou o mercado na segunda-feira:
Café: Com chuvas no cinturão produtivo, Bolsa de Nova York recua cerca de 400 pts nesta 2ª e perde US$ 1,55/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (3) com preços mais baixos. O mercado acompanha a melhora na condição climática nesta semana nas principais origens produtoras do Brasil. Após incertezas nos últimos dias em relação à safra 2017/18 do país, os operadores externos acreditam que as chuvas previstas para esta semana têm forças para recuperar as plantações do próximo ano. Com isso, os preços externos já estão abaixo de US$ 1,55 por libra-peso.
O contrato dezembro/16 encerrou o dia cotado a 147,15 cents/lb e o março/17 anotou 150,90 cents/lb, ambos com 400 pontos de queda. O vencimento maio/17 anotou 152,80 cents/lb e o julho/17 registrou 154,55 cents/lb. Os dois tiveram perdas de 390 pontos. Esse patamar registrado nos principais lotes negociados é bem distante das máximas de US$ 1,60/lb vistas no fim de setembro.
De acordo com mapas climáticos, a semana começa com chuvas fortes sobre o cinturão produtivo de café do Brasil. Relatos de produtores em redes sociais confirmam essa condição. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta que entre terça e quarta-feira choverá mais de 40 milímetros no Sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro e entre 20 e 30 milímetros no Espírito Santo, Alta Mogiana e em parte do Sul da Bahia. No Paraná, Oeste de São Paulo e Baixa Mogiana, a chuva deve ser mais fraca.
“Há a percepção no mercado de que essas chuvas têm forças para quebrar o tempo seco nas regiões produtoras, o que gerava muitas dúvidas em relação ao potencial produtivo da safra 2017/18 do Brasil”, explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach. A temporada 2017/18 é de bienalidade baixa para a maioria das regiões, ou seja, já deve ter produção menor que a safra que acabou de ser colhida.
Na semana passada, o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, já apontava que essas previsões de chuvas mexeriam com o mercado. Ainda assim, na última sexta-feira (30), os preços externos do grão tiveram valorização moderada em Nova York. Para ele, houve certo desinteresse por parte de investidores visto que o cenário até o momento era de clima mais seco para o cinturão produtivo no Brasil.
Chuvas neste momento promoveriam uma boa floração para a próxima safra, ressalta o analista da Price Futures Grou. No entanto, os relatos de especialistas e produtores, até o momento, dão conta que as floradas que apareceram ainda em setembro em algumas cidades produtoras do Brasil não são abrangentes. Agrônomos, inclusive, já estimam que a safra 2017/18 deve ser até 10% menor considerando condições ideais de chuvas.
Dados da Climatempo apontam que as chuvas devem durar até o próximo dia 13 de outubro em algumas regiões do Brasil. Com isso, o acumulado das precipitações na região Sul de Minas Gerais, na Mogiana Paulista e no Espírito Santo pode chegar a 100 milímetros.
O câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity, não influenciou o mercado do arábica nesta segunda-feira. A moeda norte-americana caiu 1,41%, cotada a R$ 3,205, repercutindo o exterior e o resultado das eleições municipais no Brasil, que pode ajudar na aprovação das medidas de ajuste fiscal, segundo envolvidos no mercado.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com café seguem sem muitas novidades ainda que os preços tenham esboçado valorização nos últimos dias. O produtor brasileiro aguarda por melhores patamares para voltar a ofertar mais ativamente suas produções. "Baixas nas bolsas e chuvas na zona produtora dão uma cara de ressaca ao mercado interno do café", explicou o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, nesta segunda-feira.
Na semana passada, segundo Gil Carlos Barabach, alguns produtores conseguiram fixar suas produções para o ano que vem em patamares importantes. "O volume de negócios tem sido bom, com fixações de preço, inclusive, acima de R$ 600,00 a saca para setembro/2017 e 2018 na semana passada. Ainda assim, o produtor tem feito essas transações com cautela porque existe a preocupação de não ter o produto no período ou então o café ter qualidade inferior da que foi estabelecida", explica o analista de mercado da Safras & Mercado.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,83% e saca a R$ 515,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 570,00 a saca e recuo de 2,56%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca e baixa de 1,89%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com baixa de 3,92% e saca a R$ 490,00.
Na sexta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 503,07 e valorização de 0,12%.