Café: Bolsa de Nova York perde parte dos ganhos da véspera nesta tarde de 3ª em ajustes técnicos
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com baixa de cerca de 100 pontos nesta tarde de terça-feira (27) e perdem parte dos ganhos registrados na véspera. Apesar da queda em ajustes técnicos, os preços externos da variedade continuam próximos de US$ 1,55/lb. Os operadores no terminal externo também seguem atentos às informações sobre o desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil.
Por volta das 12h14, o contrato dezembro/16 registrava 152,45 cents/lb com 110 pontos de baixa, o março/17 tinha 155,70 cents/lb com 115 pontos de desvalorização. Já o vencimento maio/17 estava cotado a 157,60 cents/lb com 115 pontos de desvalorização e o julho/17, mais distante, anotava 159,30 cents/lb com 110 pontos negativos.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as bolsas para o café não esboçam muitas novidades no pregão desta segunda após avançar cerca de 200 pontos na véspera. "As bolsas para o café operam lateralizadas em consolidação atual espaço de trabalho", diz. Na semana passada, as cotações do arábica chegaram a testar o patamar de US$ 1,65 por libra-peso.
Apesar da baixa, de acordo com agências internacionais, os operadores externos seguem atentos ao clima nas principais origens produtoras do Brasil. "Ainda está muito seco em importantes regiões produtoras do Brasil, onde a florada deve aparecer nos próximos dias. Nas regiões robusta, ela está muito atrasada", disse Michaela Kuhl, analista do Commerzbank à agência internacional de notícias Reuters. "Levando em conta as quebras de produção nas duas últimas safras isso não é um bom presságio", reportou o site Agrimoney ontem (26).
Mapas climáticos apontam que uma frente fria deve causar chuva forte entre o Espírito Santo e Zona da Mata de Minas Gerais nesta segunda-feira. O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta que nas últimas 12 horas o acumulado de chuvas ultrapassou os 50 milímetros em cidades de Minas Gerais e municípios do Espírito Santo o acumulado foi de 15 milímetros. No entanto, a partir de amanhã, o tempo deve voltar a ficar seco nas principais regiões produtoras de café do país.
Para o meteorologista e pesquisador em Agrometeorologia e Climatologia da Embrapa Café (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), Williams Pinto Marques Ferreira, a produção de café do Brasil na safra comercial 2017/18 deverá ser influenciada pelas condições climáticas nos próximos meses e, consequentemente, pelo La Niña.
Nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos os negócios com café ainda que os preços dos tipos mais negociados tenham subido nos últimos dias. "O mercado interno do café deverá ter dia lento e negócios isolados. Preços sustentados", explica Marcus Magalhães. Na segunda-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 504,65 e queda de 1,66%.