Café: Bolsa de Nova York esboça reação nesta manhã de 4ª após recuar por quatro sessões consecutivas
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta manhã de quarta-feira (14) após caírem por quatro sessões seguidas repercutindo o câmbio, os altos estoques do grão nos países importadores e a alta nas exportações brasileiras no mês de agosto.
"O mercado financeiro foi pressionado pelo cenário externo negativo, com queda dos preços do petróleo e do minério de ferro. Também no exterior, a moeda americana se fortalece por causa da busca de investidores por segurança e as commodities recuam", explicou ontem (13) o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Por volta das 09h03, o contrato dezembro/16 registrava 149,00 cents/lb com 60 pontos de alta, o março/17 tinha 152,30 cents/lb com 70 pontos de avanço. Já o vencimento maio/17 estava cotado a 154,10 cents/lb com 65 pontos de valorização e o julho/17, mais distante, anotava 155,85 cents/lb também com 65 pontos positivos.
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Veja como fechou o mercado na terça-feira:
Café: Com pressão do câmbio, Bolsa de Nova York estende perdas das últimas sessões nesta 3ª feira
Após iniciarem o dia com leve alta, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) acabaram fechando a sessão desta terça-feira (13) com queda próxima de 200 pontos nos principais vencimentos. Os operadores no terminal externo seguem atentos às informações sobre os altos estoques nos países importadores do grão, ao câmbio e ajustes técnicos também foram realizados durante a sessão.
O contrato setembro/16 registrou 147,35 cents/lb com 235 pontos de baixa, o dezembro/16 teve 148,95 cents/lb com 195 pontos de desvalorização. Já o vencimento março/17 estava cotado a 152,15 cents/lb com 195 pontos de desvalorização e o maio/17, mais distante, anotou 154,05 cents/lb também com 195 pontos negativos.
Os futuros do café arábica até pareciam esboçar reação pela manhã quando subiam cerca de 50 pontos no terminal externo após três quedas seguidas com recompras de fundos sendo registradas no mercado. No entanto, o tom negativo voltou ao mercado com o dólar subindo mais de 1% ante o real, o que impacta diretamente nas exportações, e com os operadores ainda repercutindo as indicações de que os estoques nos países importadores estão altos. Além disso, o mercado continua realizando ajustes técnicos.
"O mercado financeiro foi pressionado pelo cenário externo negativo, com queda dos preços do petróleo e do minério de ferro. Também no exterior, a moeda americana se fortalece por causa da busca de investidores por segurança e as commodities recuam", explica o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 2,09%, a 3,3168 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 7 de julho, com investidores à espera do pacote do governo que deve prever leilões para concessões na área de infraestrutura, transporte e saneamento, além da privatização de ativos. O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações da commodity, mas pressiona os preços do grão.
De acordo com dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), as exportações de café brasileiro retomaram o ritmo de crescimento no mês de agosto de 2016. Até o momento foram registradas 2,69 milhões de sacas de 60 kg de café no mês passado, um crescimento de 37% em relação ao mês de julho, quando o país exportou 1,96 milhões de sacas.
Segundo Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé, a retomada do ritmo de exportações de café brasileiro em agosto já era esperada. "Após um período de entressafra, certamente teremos um crescimento gradativo e sustentável daqui para frente, uma vez que o café brasileiro, considerado como um dos mais qualificados e sustentáveis do mundo, continua com a demanda necessária e crescente", diz.
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Agências internacionais também reportaram durante o dia que as cotações do grão seguem realizando ajustes técnicos após se aproximarem do patamar de US$ 1,60 por libra-peso na semana passada, mas também repercute as indicações de alta nos estoques dos principais países importadores de café.
"Embora os níveis de estoques nos países produtores estejam próximos das mínimas históricas, os níveis de estoques nos países consumidores estão altos o suficiente para suprimir os preços diante das perspectivas de produção aquém das expectativas", disse o analista do Société Générale, Rajesh Singla, ao site internacional Agrimoney.
Já o Rabobank, outro importante banco especializado em commodities, informou recentemente que os estoques de café "visíveis" – definidos como os da Europa, Japão e EUA, além de estoques não-agrícolas do Vietnã – "estão em níveis recordes".
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, os negócios com café continuam lentos apesar dos preços esboçarem reação nos últimos dias. "No lado interno, a semana começa com preços sustentados e poucos negócios. O quadro climático em algumas regiões produtoras continua a complicar a vida do negócio café e isso vem inibindo o aumento da liquidez interna.", explicou ontem (12) Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,31% e saca a R$ 541,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 583,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 0,82% e saca a R$ 506,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca e alta de 0,95%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com R$ 500,00 a saca e queda de 2,04%.
Na segunda-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 496,81 e queda de 0,47%.