Café: Bolsa de Nova York opera com leve baixa nesta tarde de 2ª em ajustes e com pressão do câmbio
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve queda nesta tarde de segunda-feira (12) ainda realizando ajustes técnicos ante as recentes altas vistas no mercado, que fizeram com que os preços externos da variedade chegassem a US$ 1,60 por libra-peso. Além disso, os futuros da variedade também recuam com operadores atentos aos estoques do grão nos principais países consumidores e ao câmbio.
Por volta das 12h10, o contrato dezembro/16 registrava 150,60 cents/lb com 55 pontos de queda, o março/17 tinha 154,05 cents/lb com 30 pontos de recuo. Já o vencimento maio/17 estava cotado a 155,75 cents/lb com 50 pontos de desvalorização e o julho/17, mais distante, anotava 157,65 cents/lb com 35 pontos negativos.
O mercado do café arábica conquistou no início da semana passada o patamar de US$ 1,60 por libra-peso com os investidores temerosos em relação ao potencial produtivo da safra 2017/18 do Brasil. No entanto, após oito altas seguidas analistas já esperavam que os preços externos do grão pudessem realizar ajustes. Fator que ainda dá o tom para os preços nesta segunda-feira. Ainda assim, as cotações continuam próximas de US$ 1,55/lb.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o câmbio também acaba dando pressão aos preços do grão. "As bolsas para o café operam em baixa com realizações de lucros e alta do dólar", afirma. Às 12h, a moeda norte-americana subia 0,27%, vendida a R$ 3,289, repercutindo as indicações de que o Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, pode elevar os juros do país.
Agências internacionais também apontam que a queda nas cotações do café arábica está relacionada aos altos estoques do grão nos países consumidores. "Embora os níveis de estoques nos países produtores estejam próximos das mínimas históricas, os níveis de estoques nos países consumidores estão altos o suficiente para suprimir os preços diante das perspectivas de produção aquém das expectativas", disse o analista do Société Générale, Rajesh Singla, ao site internacional Agrimoney.
Nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos os negócios com café, apesar dos preços esboçarem reação e chegarem a mais R$ 500,00 a saca em algumas localidades. "O mercado interno do café deverá ter dia lento e negócios isolados, mas preços sustentados", explica Marcus Magalhães. Na sexta-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 499,16 e queda de 0,44%.