Café: Bolsa de Nova York estende ganhos nesta manhã de 6ª e vencimentos se aproximam de US$ 1,55/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta manhã de sexta-feira (2) e estendem os ganhos registrados nas últimas seis sessões ainda repercutindo as incertezas em relação ao câmbio e a queda brusca nas exportações globais do grão. Com esse novo avanço, os preços externos da variedade estão acima de US$ 1,50 por libra-peso e os mais distantes já ficam próximos de US$ 1,55/lb.
De acordo com o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, a perspectiva para o mercado é altista. "O gráfico semanal mostra uma cenário altista acima de qualquer coisa. É algo para se animar", disse ao site internacional Agrimoney.
Por volta das 09h44, o contrato setembro/16 registrava 150,80 cents/lb com 70 pontos de alta, o dezembro/16 tinha 151,65 cents/lb com 25 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 estava cotado a 154,70 cents/lb com 20 pontos de valorização e o maio/17 anotava 156,45 cents/lb com 15 pontos de valorização.
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Veja como fechou o mercado na quint-feira:
Café: Com queda brusca nas exportações globais, Bolsa de Nova York sobe mais de 400 pts nesta 5ª
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão desta quinta-feira (1º) em alta pelo sexto dia consecutivo. Com os operadores no terminal externo repercutindo a forte queda nas exportações globais de café e as incertezas em relação à próxima safra do Brasil, as cotações da variedade ficaram acima do patamar de US$ 1,50 por libra-peso. Durante o dia, os preços externos atingiram o maior patamar em mais de um ano.
O contrato setembro/16 encerrou o dia cotado a 150,10 cents/lb com 420 pontos de alta, o dezembro/16 teve 151,40 cents/lb com 435 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 anotou 154,50 cents/lb com 430 pontos de valorização, enquanto o maio/17 registrou 156,30 cents/lb com 420 pontos positivos.
Após o mercado repercutir com força nos últimos dias as incertezas em relação à safra 2017/18 do Brasil, que garantiram o campo positivo nas últimas cinco sessões, a informação da OIC (Organização Internacional do Café) sobre o recuo nas exportações globais de café, divulgada no fim do dia de ontem (31), caiu como uma bomba entre os operadores.
A organização reportou que em julho as exportações globais do grão tiveram um recuo de 22% ante o mesmo período de 2015, totalizando 7,75 milhões de sacas de 60 kg no mês. "Esta divulgação pegou muitos de surpresa já que os números apresentados passaram um pouco do que era esperado. Como resultado, ordens de compra foram detonadas e os patamares nas bolsas foram alavancados", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
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As dúvidas em relação à safra 2017/18 do Brasil também continuam dando suporte aos preços externos da variedade. Algumas áreas produtoras brasileiras receberam chuvas nos últimos dias que favoreceram floradas, no entanto, existe o temor entre os envolvidos de que caso as chuvas diminuam nos próximos meses, exista o abortamento das flores, o que prejudicaria o potencial produtivo das plantas. Com isso, o mercado vivenciou um forte movimento especulativo e de fundos na ponta compradora.
Segundo mapas climáticos, grande parte das áreas produtoras de café do Brasil receberam chuvas nos últimos dias devido ao avanço duas frentes frias. Apesar da alta precipitação registrada no Oeste do Paraná e também em São Paulo, os próximos dias devem ser de tempo estável na maioria das regiões do cinturão produtivo. Também não há previsão de geadas para o período.
Essa condição climática não deve atrapalhar os trabalhos de colheita da safra 2016/17, que estão praticamente concluídos. Segundo estimativa da Safras & Mercado, divulgada na quinta-feira (25), a colheita brasileira estava em 91% até o dia 23 de agosto. Com a previsão de produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da consultoria nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 50,06 milhões de sacas. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.
Já na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé), os trabalhos estavam em 91,38% até o dia 26 de agosto. O número representa um avanço de 4,14% de uma semana para a outra.
Além da questão fundamental, o mercado também avançou nesta quinta-feira acompanhando indicadores técnicos e a projeção é altista para as cotações nas próximas sessões. "O gráfico semanal mostra uma cenário altista acima de qualquer coisa. É algo para se animar", disse Jack Scoville, corretor da Price Futures Group ao site internacional Agrimoney.
Mercado interno
Apesar dos avanços externos, que até favorecem valorizações no mercado brasileiro, os negócios continuam isolados com o produtor à espera de melhores patamares para voltar mais ativamente às praças de comercialização. "Os preços ganharam firmeza de curto prazo, mas os volumes apresentados nas praças de comercialização foram aquém das potenciais demandas", explica Marcus Magalhães.
"A colheita da temporada 2016/17 se aproxima do final, e produtores seguem concentrados nas entregas de lotes contratados. Segundo colaboradores do Cepea, a qualidade do arábica está em conformidade com o padrão contratado por exportadores. Já no mercado de robusta, a oferta reduzida mantém em patamar recorde os preços da variedade", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 600,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Guaxupé (MG) com avanço de 3,57% e R$ 581,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 584,00 a saca e alta de 3,55%. A maior oscilação no dia dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 529,00 a saca e alta de 3,93%. Também a maior no dia dentre as praças verificadas pelo Notícias Agrícolas.
Na quarta-feira (31), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 486,45 com queda de 0,56%.