Café: Bolsa de Nova York estende perdas da véspera nesta 5ª, mas continua próxima de US$ 1,45/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 100 pontos nesta manhã de quinta-feira (25) e estendem as perdas registradas na sessão anterior. O mercado realiza ajustes técnicos após se aproximar do patamar de US$ 1,55 por libra-peso no início da semana com investidores atentos às condições climáticas adversas no cinturão produtivo do Brasil.
Essa correção já era esperada pelos operadores. "Os investidores realizaram um pouco de lucros de suas apostas no mercado, mas sem devolver de forma contundente suas posições. Como resultado, apesar das volatilidades presenciadas, conseguiu manter os atuais intervalos macros", explicou ontem (24) o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Por volta das 10h30, o contrato setembro/16 registrava 142,25 cents/lb com 10 pontos de alta, o dezembro/16 tinha 144,40 cents/lb com 130 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 estava cotado a 147,55 cents/lb com 125 pontos de valorização e o maio/17 anotava 149,35 cents/lb com 115 pontos de valorização.
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Veja como fechou o mercado na quarta-feira:
Café: Após testar US$ 1,50/lb na véspera, Bolsa de Nova York despenca 400 pts nesta 4ª feira
Após fecharem em alta por quatro sessões consecutivas, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) despencaram cerca de 400 pontos nesta quarta-feira (24) com o mercado realizando ajustes técnicos após os preços externos se aproximarem da resistência de US$ 1,50 por libra-peso. O clima no Brasil tende a melhorar nos próximos dias e isso também acaba dando pressão aos futuros.
O vencimento setembro/16 encerrou o dia cotado a 142,15 cents/lb com 315 pontos de baixa. O dezembro/16 anotou 143,10 cents/lb, o março/17 registrou 146,30 cents/lb e o contrato maio/17 fechou o dia cotado a 148,20 cents/lb, ambos tiveram desvalorização de 415 pontos.
Desde a manhã, os preços externos do arábica já demonstravam que o dia seria diferente das últimas sessões, após ficarem próximas de US$ 1,50/lb. "As cotações, que começaram o dia lateralizadas, ganharam um viés forte de baixa deixando muitos dos operadores perplexos já que a maioria não esperava um movimento tão forte como o presenciado", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. "O grande suporte em Nova York, de 140,00 cents/lb, não foi rompido e isso pode dar uma sobrevida as cotações", ressalta.
O cinturão produtivo de café do Brasil recebeu altos volumes de chuva no último final de semana, o que favoreceu a florada da safra 2017/18. Porém, os cafeicultores temem que as plantas possam ter seu potencial produtivo comprometido para o próximo ano caso as condições climáticas mudem nos próximos dias. Alguns operadores também estavam bastante atentos à onda de frio na madrugada de segunda (22). Mas áreas produtoras do grão não foram afetadas.
De acordo com mapas climáticos, as temperaturas tendem a subir nas áreas produtoras de café nos próximos dias. Porém, no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e Sul da Bahia chuvas fracas e dispersas não estão descartadas.
Apesar do clima adverso nos últimos dias, estimativa da Safras & Mercado, divulgada na quinta-feira (18), aponta que a colheita brasileira estava em 86% até dia 16 de agosto. Com a previsão de produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da consultoria nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 47,24 milhões de sacas até o dia 16. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.
Na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), a maior do mundo, a colheita atingiu 87,24% da área até o dia 19 de agosto. O levantamento foi divulgado pela cooperativa nesta terça-feira (23). O número representa um avanço de quase 5% de uma semana para a outra.
O diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, reportou em seu informativo semanal que os operadores na Bolsa de Nova York estão monitorando as chuvas no Brasil e as floradas. "Aparentemente são esses os fatores que poderão tirar o mercado de arábica do intervalo entre 125 cents e 155 cents", disse.
Além dos ajustes técnicos, o mercado também segue atento ao câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity. Após abrir o dia em alta, o dólar comercial passou a cair nesta quarta repercutindo a aprovação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017. Operadores também aguardam com ansiedade a divulgação do Fed (Federal Reserve), Banco Central dos Estados Unidos. A moeda norte-americana caiu 0,32%, a R$ 3,2229 na venda.
Mercado interno
Os negócios com café seguem limitados no mercado físico brasileiro com os produtores à espera de melhores de patamares. "No mercado interno, a paradeira foi grande. O setor produtivo foi pego de surpresa e assim, não teve tempo de mudar de lado ou opinião", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e alta de 5,36%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 553,00 a saca e queda de 0,90%. A maior oscilação no dia.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Franca (SP) com R$ 490,00 a saca e queda de 2,00%.
Na terça-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 487,62 com alta de 1,48%.