Café: Cotações do arábica em NY voltam ao campo positivo nesta 6ª após baixa pela manhã
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta tarde de sexta-feira (19) após iniciarem o dia em baixa realizando ajustes técnicos. O campo positivo voltou com força ao mercado na sessão de ontem (18) devido a previsão de chuvas no cinturão produtivo. Além disso, recompras de fundos também garantem o tom positivo aos preços.
Por volta das 12h, o contrato setembro/16 registrava 139,15 cents/lb com 100 pontos de alta, o dezembro/16 tinha 142,20 cents/lb com 75 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 estava cotado a 145,30 cents/lb também com 75 pontos de valorização, já o maio/17 anotava 147,10 cents/lb com 70 pontos positivos.
De acordo com mapas climáticos, algumas áreas produtoras do Brasil devem receber chuvas até domingo motivadas por uma frente fria que avança pelo Centro e Sul do país. Os acumulados podem chegar a até 30 milímetros em São Paulo e Sul de Minas Gerais.
Os cafeicultores temem que além de afetar os trabalhos de colheita da safra atual, as chuvas possam induzir floradas para a próxima temporada que depois teriam abortamento. No entanto, para o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, a florada, caso apareça, não será a principal e não deve representar impactos significativos para a próxima temporada. "O problema da safra neste momento é a desfolha das plantas", pondera Matiello.
Com isso, ele estima que o cinturão produtivo tenha perdas de 30% em relação à produção desse ano. "Se fosse arriscar hoje, eu daria de 5 a 10 milhões de sacas a menos no arábica. As plantas estressaram muito com a condição climática. Alguns produtores já estão antecipando a poda", conta o especialista.
O câmbio exerce pouca influência sobre as cotações do arábica na ICE nesta sexta-feira. Às 11h39, a moeda norte-americana caía 0,17%, vendida a R$ 3,2278, repercutindo as intervenções realizadas pelo Banco Central do Brasil. As oscilações do dólar tendem a encorajar ou desencorajar as exportações da commodity brasileira.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, recompras de fundos são registradas no terminal externo e também garantem a alta para as cotações. Já do lado interno, o cenário não apresenta mudanças. "O mercado interno do café deverá ter dia lento e com preços internos frágeis", afirma.
Na quinta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 472,40 com alta de 0,85%.