Café: Após alta na véspera, Bolsa de Nova York volta ao campo negativo nesta manhã de 6ª feira

Publicado em 19/08/2016 09:28

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 50 pontos nesta manhã de sexta-feira (19) e perdem parte dos ganhos registrados na sessão anterior. O mercado realiza ajustes técnicos ante a forte alta vista na sessão anterior – cerca de 350 pontos –, mas também sente a pressão do câmbio.

Por volta das 09h22, o contrato setembro/16 registrava 138,00 cents/lb com 15 pontos de baixa, o dezembro/16 tinha 140,90 cents/lb com 55 pontos de recuo. Já o vencimento março/17 estava cotado a 143,95 cents/lb com 60 pontos de desvalorização, já o vencimento maio/17 anotava 145,60 cents/lb com 80 pontos negativos.

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Veja como fechou o mercado na quinta-feira:

Café: Bolsa de NY avança cerca de 350 pts nesta 5ª com previsão de chuvas no cinturão produtivo até domingo

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (18) com alta próxima de 350 pontos após registrarem curtas oscilações nos últimos dias. O mercado volta a se basear mais em aspectos fundamentais, com a previsão de chuvas em áreas do cinturão produtivo do Brasil até domingo, o que atrapalharia a finalização da colheita da safra 2016/17 e também, caso não tenham continuidade, podem comprometer o potencial produtivo da próxima temporada.

O contrato setembro/16 registrou 138,55 cents/lb com 350 pontos de alta, o dezembro/16 anotou 141,80 cents/lb com 370 pontos de valorização. Já o vencimento março/17 fechou o dia cotado a 144,55 cents/lb com 325 pontos positivos, enquanto o maio/17 teve 146,40 cents/lb com 320 pontos de avanço.

"Os futuros do café arábica tiveram impulso adicional com previsões de temperaturas mais baixas no fim de semana em partes do maior produtor do mundo, o Brasil, assim como chuvas em outras regiões, que serão monitorados devido à possibilidade de florada precoce, além de limitar a colheita em progresso", reportou a agência de notícias Reuters nesta quinta-feira.

Segundo relatos de produtores, algumas cidades já receberam baixos volumes de chuvas nos últimos dias. De acordo com mapas climáticos, a condição é motivada por uma frente fria que avança pelo Centro e Sul do país. Devem ocorrer precipitações sobre áreas produtoras do grão pelo menos até domingo. Os acumulados podem chegar a até 30 milímetros em São Paulo e Sul de Minas Gerais.

Especialistas alertam que chuvas neste momento podem até favorecer o aparecimento de floradas da próxima safra. No entanto, previsões mais estendidas mostram que essa condição não deve continuar e os produtores temem que as lavouras tenham abortamento, prejudicando o potencial produtivo dos cafezais brasileiros. Além disso, muitos cafeicultores estão fazendo a varrição dos cafés, aqueles grãos que ficaram no chão depois de finalizada a colheita. No Sul de Minas Gerais, por exemplo, mais da metade dos produtores realizam esse trabalho.

Para o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, as chuvas neste momento podem sim induzir floradas nos cafezais, no entanto, ela não deve ser a principal e não deve representar impactos significativos para a próxima temporada. "O problema da safra neste momento é a desfolha das plantas", pondera Matiello.

De acordo com estimativa da Safras & Mercado, a colheita brasileira estava em 86% até dia 16 de agosto. Com a previsão de produção  de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da Companhia nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 47,24 milhões de sacas até o dia 16. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.

» Café: Safras & Mercado estima colheita 2016/17 no Brasil em 86% até 16/08  

Já na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), a colheita atingiu 82,11% da área até dia 12 de agosto. O número representa um avanço de quase 7% de uma semana para a outra. Nesse mesmo período, no ano passado, 72,65% da área dos cooperados havia sido colhida.

Além das questões fundamentais, segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os investidores também buscaram na sessão desta quinta consolidar patamares ante os fechamentos negativos nos últimos dias. Ainda assim, para ele, o mercado não inspira segurança nas negociações. "Ao que parece, teremos até o final do mês, possibilidade de volatilidade e turbulência nos mercados já que inexistem variáveis novas no front", afirma.

Mercado interno

Nas praças de comercialização do Brasil os produtores seguem retraídos e esperam por melhores patamares. "No lado interno, temos a ansiedade climática roubando a cena. Tanto no arábica como no robusta as chuvas estão sendo esperadas para os próximos dias", afirma Marcus Magalhães.

"Produtores estão atentos ao clima, já que as altas temperaturas e a falta de chuvas nas regiões de robusta podem prejudicar as primeiras floradas verificadas no início deste mês. Quanto ao arábica, os preços caíram, influenciados por recuos externos. Nessa quarta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 468,42/saca de 60 kg, queda de 0,66% em relação à quarta anterior, 10", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e alta de 7,27%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 541,00 a saca e avanço de 1,88%. A maior oscilação no dia.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com avanço de 2,11% e saca a R$ 483,00.

Na quarta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 468,42 – estável.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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