Café: Bolsa de Nova York dá sequência aos ganhos da sessão anterior e sobe mais de 500 pts nesta 2ª
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta de mais de 500 pontos nesta manhã de segunda-feira (11) e estendem os ganhos da sessão anterior, após consecutivas baixas acompanhando o cenário macroeconômico com o Brexit – apelido dado à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.
Por 10h05, o vencimento setembro/16 registrava 149,25 cents/lb com 515 pontos de alta, o dezembro/16 anotava 152,15 cents/lb com 510 pontos de valorização. Já o contrato março/17 estava cotado a 154,95 cents/lb com 515 pontos positivos, enquanto o maio/17 tinha 155,95 cents/lb com 450 pontos de avanço.
Em seu relatório semanal, o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa afirma que "o fechamento das duas principais bolsas de café inspira cuidado, mesmo com a sustentação dos preços, pois os volumes negociados são tímidos frente à movimentação e com os fundos bastante comprados é preciso passar o bastão a novos compradores".
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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Bolsa de Nova York reverte parte das perdas da semana com alta de mais de 200 pts nesta 6ª
Em uma semana em que o financeiro tomou conta dos negócios em praticamente todas as commodities, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram perdas de pouco mais de 1% em relação ao fechamento da sexta-feira passada. O vencimento setembro/16, referência de mercado, teve baixa de 1,57%, saindo de 146,40 cents/lb para 144,10 cents/lb.
Esse recuo registrado no acumulado da semana só não foi maior por conta da alta de mais de 200 pontos nesta sexta-feira (8), estimulada pela baixa do dólar ante o real, e porque a semana foi mais curta no terminal externo devido ao Dia da Independência comemorado na segunda-feira (4), nos Estados Unidos.
Com o avanço desta sexta-feira, os preços externos voltaram a ficar próximos do patamar de US$ 1,50 por libra-peso. O vencimento julho/16 encerrou o pregão cotado a 142,75 cents/lb com 230 pontos de alta, o setembro/16 anotou 144,25 cents/lb com 245 pontos de valorização. O contrato dezembro/16 registrou 147,05 cents/lb com 225 pontos de avanço, enquanto o março/17, mais distante, fechou o dia a 149,80 cents/lb com 230 pontos positivos.
No início da semana, após o Banco da Inglaterra tomar medidas para movimentar a economia britânica ainda repercutindo o Brexit – apelido dado à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia –, os mercados globais entraram em alerta e os fundos acabam liquidando suas posições e ajudam a pressionar ainda mais os preços das commodities.
A alta registrada hoje na ICE interrompe uma sequência de três quedas consecutivas e foi motivada, principalmente, por conta do câmbio. Quando o dólar no Brasil recua, as exportações da commodity perdem competitividade e os produtores preferem aguardar taxas mais favoráveis para voltar aos negócios uma vez que as transações são todas feitas na moeda estrangeira. Por outro lado, os preços externos do café tendem a subir.
O dólar comercial recuou hoje 2,12%, cotado a R$ 3,2945 na venda com investidores repercutindo a meta fiscal para 2017. Na semana, a moeda teve desvalorização de 1,91%. Na quinta-feira (7), o governo federal divulgou como meta para o próximo ano um déficit primário de R$ 139 bilhões, ante R$ 170,5 bilhões previstos para este ano.
Paralelamente, do lado fundamental, também dá suporte ao mercado do arábica a melhora climática no Brasil, que tem estimulado melhores resultados na colheita da temporada 2016/17. "Com o avanço da safra, se percebe uma melhora na qualidade dos grãos. No entanto, no final dos trabalhos, a qualidade do café também será baixa", explicou na quinta-feira o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
De acordo com levantamento divulgado ontem (7) pela Safras & Mercado, a colheita brasileira de café, até dia 5 de julho, estava em 52%. Considerando que a consultoria prevê produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg para o país nesta safra, foram colhidas 28,65 milhões de sacas.
Na Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a colheita dos cooperados atingiu 34,5% até dia 1° de julho, um avanço de 8,5% em relação à semana anterior. Nesse mesmo período, em 2015, 21,9% das lavouras tinham os trabalhos concluídos.
Mapas climáticos mostram que o clima deve ficar mais frio nos próximos dias nas principais regiões produtoras de café do Brasil. Uma massa de ar polar avança pelo Sudeste e deve favorecer temperaturas mais baixas em algumas regiões, mas não há risco de geadas.
Graficamente, segundo o analista João Santaella, apesar dessa alta, caso o mercado caia abaixo de US$ 1,41/lb nas próximas sessões podem ser acionados stops de fundos e as cotações recuarem para o patamar de US$ 1,35/lb e US$ 1,32/lb.
Mercado interno
No Brasil, as praças de comercialização voltaram a registrar mais negócios nesta semana com o avanço da colheita nas principais regiões produtoras. No entanto, os tipos finos continuam sendo os mais procurados. Segundo o analista Anilton Machado, eles variam entre R$ 500,00 e R$ 520,00 a saca. "Com a intensificação da safra, os negócios no mercado interno têm fluído melhor", afirma.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), após altas nos últimos dias, os preços internos do arábica recuaram no final desta semana acompanhando a queda nos valores internacionais. No entanto, no acumulado da semana, segundo levantamento do Notícias Agrícolas, as principais praças de comercialização fecharam com alta.
O tipo cereja descascado fechou hoje com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 570,00 a saca e alta de 1,79%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de R$ 20,00 (3,64%), saindo de R$ 550,00 para R$ 570,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 563,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,20% e saca cotada a R$ 506,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG), que tinha saca cotada a R$ 494,00, mas subiu R$ 12,00 (2,43%) e agora vale R$ 506,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Franca (SP) com R$ 520,00 a saca, preço estável e alta de 0,97%, respectivamente. A maior variação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 1,00% e saca a R$ 505,00.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Poços de Caldas (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 482,00 na sexta-feira passada, mas teve valorização de R$ 12,00 (2,49%) e agora está em R$ 494,00.
Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 498,33 com alta de 0,76%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta sexta-feira com forte alta. O contrato julho/16 anotou US$ 1793,00 por tonelada com avanço de US$ 33, o setembro/16 teve US$ 1793,00 por tonelada com alta de US$ 31 e o novembro/16 anotou US$ 1806,00 por tonelada com valorização de US$ 30.
Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 404,23 com alta de 1,01%.