Café: Bolsa de Nova York recua pela terceira sessão consecutiva nesta 5ª feira e se distancia de US$ 1,45/lb
O financeiro pesou pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira (7) sobre as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Pela manhã, os preços externos da variedade até registraram leve alta e ficaram próximos de US$ 1,50 por libra-peso, mas demonstraram fraqueza técnica e também sentiram a pressão do câmbio.
O vencimento julho/16 fechou o dia cotado a 140,45 cents/lb e o setembro/16 anotou 141,80 cents/lb, ambos com 150 pontos de queda. Já o contrato dezembro/16, mais distante, encerrou a sessão com 144,80 cents/lb e o março/17 registrou 147,50 cents/lb, os dois com 150 pontos negativos.
Durante toda essa semana, as cotações do arábica na ICE tem repercutido o financeiro. As novidades do Brexit – apelido dado à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia – após o Banco da Inglaterra tomar medidas na terça-feira (5) para movimentar a economia britânica, movimentou os mercados globais.
"O financeiro, principalmente o câmbio, pesou sobre as cotações do arábica nesta quinta-feira", explicou o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
O dólar comercial fechou o dia em alta pela quinta sessão consecutiva. A queda nos preços do petróleo diminuiu ainda mais o humor dos mercados globais. Os investidores também adotaram cautela antes da divulgação da meta fiscal brasileira para o ano que vem. A moeda estrangeira terminou a sessão cotada a R$ 3,3659 na venda com alta de 0,86%.
No lado fundamental, segundo agências internacionais, dá certo suporte ao mercado a melhora climática no Brasil, que tem estimulado melhores resultados na colheita da safra 2016/17. "Com o avanço da safra, se percebe uma melhora na qualidade dos grãos. No entanto, no final dos trabalhos, a qualidade do café também será baixa", pondera Machado.
De acordo com levantamento divulgado hoje pela Safras & Mercado, a colheita de café brasileira, até dia 5 de julho, estava em 52%. Levando em conta a estimativa da consultoria de 54,9 milhões de sacas de 60 kg, é apontado que foram colhidas 28,65 milhões de sacas.
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Mercado interno
Algumas vendas voltaram a ser registradas nas praças de comercialização do Brasil, mas a procura maior continua pelos cafés mais finos, que variam entre R$ 500,00 e R$ 520,00 a saca. "Com a intensificação da safra, os negócios no mercado interno têm fluído", afirma Anilton Machado.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), após altas nos últimos dias, os preços internos do arábica recuaram ontem (6) pressionados por quedas nos valores internacionais. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 494,59 com baixa de 1,26%.
O tipo cereja descascado fechou hoje com maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 565,00 a saca – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 1,79% e saca cotada a R$ 570,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 563,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com 2,23% de alta e R$ 505,00 a saca.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A maior variação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 2,04% e saca a R$ 500,00.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta quinta-feira em alta. O contrato julho/16 anotou US$ 1761,00 por tonelada com alta de US$ 13, o setembro/16 teve US$ 1766,00 por tonelada com avanço de US$ 17 e o novembro/16 anotou US$ 1778,00 por tonelada com valorização de US$ 14.
Na quarta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 400,19 com queda de 0,02%.