Café: Refletindo mau humor externo e câmbio, Bolsa de Nova York cai mais de 150 pts nesta tarde de 3ª feira
Acompanhando o mau humor dos mercados globais e o câmbio, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 150 pontos nesta tarde de terça-feira (5). Apesar da baixa, os preços externos continuam próximos do patamar de US$ 1,45 por libra-peso, conquistado na semana passada.
Por volta das 12h36, o vencimento setembro/16 anotava 144,50 cents/lb com 190 pontos de queda, o dezembro/16 tinha 147,50 cents/lb com 165 pontos de desvalorização. Já o contrato março/17 registrava 150,00 cents/lb também com 165 pontos de baixa, enquanto o maio/17 estava cotado a 151,30 cents/lb com 180 pontos de recuo.
"As bolsas para o café operam em leve baixa acompanhando cenário financeiro global e a alta do dólar", afirma o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Com a aversão ao risco nos mercados externos, os fundos acabam liquidando suas posições no mercado.
Às 12h20, o dólar comercial subia 0,90%, vendido a R$ 3,2942 repercutindo o movimento dos mercados externos e as intervenções do Banco Central. O dólar mais alto em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity.
Em todo o mês de junho (22 dias úteis), as exportações brasileiras de café em grão atingiram 2,06 milhões de sacas, com receita de US$ 303,3 milhões. O volume embarcado pelo país e a receita são menores que os registrados no mesmo período do ano passado e em maio desse ano.
Além do financeiro, o mercado também realiza ajustes técnicos, após se aproximar do patamar de US$ 1,50/lb nos últimos dias. Na semana passada, as cotações do arábica tiveram ganhos acumulados de cerca de 7% na ICE repercutindo a qualidade das primeiras amostras da safra 2016/17 do Brasil no mercado e o câmbio, que recuou forte no último mês e acabou impactando nas exportações da commodity. Em junho, o dólar comercial acumulou queda de 11,05% frente ao real, o maior recuo mensal em 13 anos.
No mercado interno, ainda são registrados poucos negócios. O produtor segue atento à colheita da safra 2016/17 e aguarda melhores patamares. Segundo analistas, os cafés finos são os que registram maior procura neste momento. Na segunda-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,05 com queda de 0,04%.