Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York passa a cair nesta tarde de 5ª após de aproximar de US$ 1,50/lb
Após iniciarem o pregão desta quinta-feira (30) com alta de mais de 200 pontos dando sequência aos ganhos dos últimos dias, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) passaram para o lado vermelho da tabela. Em ajustes técnicos, os principais vencimentos, que já se aproximavam do patamar de US$ 1,50 por libra-peso, voltaram para a casa de US$ 1,40/lb.
Por volta das 12h26, o contrato setembro/16 anotava 144,15 cents/lb com queda de 30 pontos, o dezembro/16 tinha 146,80 cents/lb com 40 pontos negativos. Já o vencimento março/17 registrava 149,55 cents/lb com 20 pontos de baixa, enquanto o maio/17 estava cotado a 149,30 cents/lb com 185 pontos de desvalorização.
Nas últimas duas sessões, as cotações do arábica na ICE subiram forte acompanhando o bom humor nos mercados globais, minimizando as incertezas antes vistas ao cenário macroeconômico após a saída do Reino Unido da União Europeia. As dúvidas em relação à safra 2016/17 do Brasil também davam suporte aos preços externos.
"O fantasma do Reino Unido já não assombra mais os mercados como muitos esperavam e desta forma, recompras começam a retornar ao mercado de forma mais consistente e altas foram vistas. Ao que parece, os investidores estão conseguindo isolar o problema e assim, um possível contagio do mau humor do mercado perde força dia a dia", afirmou o ontem (29) analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
O cenário fundamental, em menor intensidade, também impacta as cotações do arábica em Nova York. Após dias secos, linhas de instabilidade voltam ao cinturão produtivo e podem causar chuvas dispersas sobre a Zona da Mata de Minas Gerais, Espírito Santo e Sul da Bahia até a terça-feira da próxima semana.
As chuvas nas últimas semanas atrapalharam bastante a qualidade da safra 2016/17, até então vista como uma das melhores dos últimos anos. Diante disso, "os produtores que conseguiram colher o café cereja descascado, antes das chuvas, o seguram para obter preços melhores", explicou o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
Com isso, os negócios seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil. Os produtores preferem aguardar melhores patamares para retornar ao mercado interno com mais força. Na quarta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 498,35 com alta de 1,08%.