Café: Após duas quedas consecutivas, Bolsa de Nova York avança mais de 400 pts nesta 3ª feira e volta a US$ 1,40/lb
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica fechou o pregão desta terça-feira (28) com alta expressiva nos principais vencimentos, após recuar por duas sessões consecutivas repercutindo a saída do Reino Unido da União Europeia. Com os mercados globais mais animados hoje, praticamente todas as commodities registraram ganhos.
O contrato julho/16 encerrou a sessão cotado a 138,90 cents/lb com 440 pontos de alta, o setembro/16 teve 140,60 cents/lb com 455 pontos de avanço. Já o vencimento dezembro/16 anotou 143,25 cents/lb com 430 pontos positivos, enquanto o março/17 fechou o dia cotado a 145,80 cents/lb com 415 pontos de valorização.
Após dois dias de tensão no cenário macroeconômico global, as bolsas voltaram ao ritmo normal nesta terça-feira. Quase todos os terminais europeus registraram alta, assim como o petróleo. Na Ásia, também houve avanço do mercado de ações, com as bolsas na China fechando na máxima de três semanas.
"Os investidores se aproveitaram do recente rebaixamento dos níveis vigentes e resolveram recomprar as posições vendidas no mercado e desta forma, o campo positivo voltou a imperar de forma notória", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. "Para amanhã, é possível que os mercados voltem a operar de forma mais neutra já que a primeira correção forte foi vista no dia de hoje", explica o analista.
Com a melhora no humor externo, o dólar comercial recuou forte durante todo o dia no Brasil. A moeda norte-americana caiu 2,61%, cotada a R$ 3,3060 na venda. O dólar mais baixo em relação ao real desencoraja as exportações da commodity.
"Houve uma melhora substancial do humor lá fora, o mercado está muito satisfeito com o tom adotado pelo BC nas comunicações de hoje", resumiu o operador da corretora B&T Marcos Trabbold em entrevista à Reuters.
As chuvas deram trégua no cinturão produtivo de café do Brasil. Com isso, a colheita avança nas principais áreas produtoras de forma mais significativa. Dados divulgados hoje pela Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a maior cooperativa do mundo, apontam que seus cooperados haviam colhido, até dia 24 de junho 25,65% das lavouras, ante 15,45% no mesmo período do ano passado.
Mercado interno
No cinturão produtivo do Brasil, os produtores continuam atentos à colheita da safra 2016/17 no cinturão produtivo do Brasil. No entanto, as praças de comercialização ainda registram apenas negócios isolados.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 555,00 a saca com alta de 0,91%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,11% e saca a R$ 532,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 554,00 a saca com queda de 0,72%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com valorização de 2,05% e saca a R$ 497,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca e alta 0,97%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,95% e saca a R$ 489,00.
Na segunda-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 488,57 com alta de 0,17%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também seguiu o bom humor nos mercados globais e subiu forte nesta terça-feira. O contrato julho/16 anotou US$ 1672,00 por tonelada e alta de US$ 33, o setembro/16 teve US$ 1703,00 por tonelada com avanço de US$ 39 e o novembro/16 anotou US$ 1718,00 por tonelada com valorização de US$ 36.
Na segunda-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 395,19 com alta de 0,69%.
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Colheita de café dos cooperados da Cooxupé atinge 25,7% da área
(Reuters) - A maior cooperativa de café arábica do mundo, a Cooxupé, informou nesta terça-feira que a colheita da safra dos cooperados atingiu 25,7 por cento da área total em 24 de junho, em patamar mais avançado que no mesmo período do ano passado.
Na semana anterior, produtores ligados à cooperativa tinham colhido cerca de 20 por cento da área.
Nesta mesma época de 2015, 15,5 por cento da área dos cooperados da Cooxupé, com sede em Minas Gerais, havia sido colhida. Em 2014, quando a seca acelerou o processo, a colheita havia atingido 35,5 por cento em meados de junho.
A Cooxupé está presente nas áreas de cultivo de café arábica na região do Sul de Minas e Cerrado, no Estado de Minas Gerais, e na região de Mogiana, no Estado de São Paulo.
A cooperativa disse recentemente que cerca de 30 por cento dos grãos da safra atual caíram com as chuvas recentes, o que levará a uma queda no volume de grãos de qualidade.
A atual safra de café do Brasil deve atingir entre 50 milhões e 60 milhões de sacas de 60 kg, segundo estimativas do mercado, uma das maiores safras da história do país após dois anos de seca que impactou a produção e reduziu os estoques locais da commodity.
(Reportagem de Reese Ewing)