Cultivo de feijão Guandu protege lavoura de café contra geadas
Geadas fortes e moderadas causaram prejuízos a agricultores do Paraná. Na Região Metropolitana de Curitiba, hortaliças queimaram, e o preço de folhagens subiu mais de 30%. No interior, o milho safrinha foi a cultura mais atingida, causando danos que estão sendo avaliados por produtores e técnicos.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), pelo menos 50% dos 2,2 milhões de hectares do grão estão em áreas sucetíveis aos efeitos da geada. O frio forte em pleno outono castigou também pastagens e outras lavouras como a cevada e o café.
Alguns produtores do estado conseguiram evitar a perda de toda a plantação nova, porque aplicaram uma técnica incentivada pela Emater. É o cultivo do feijão Guando junto com o café. O feijão forma um túnel que serve como um cobertor, protegendo a lavoura de café. "Essa técnica é importante não só para a geada, quando ela protege o café que fica menos queimado, como também auxilia na época muito quente, diminui a insolação. Aí, o pé de café sente menos seca também", explica o agrônomo Romeu Gair.
Elói Ferri cultiva café em 7 hectares, na zona rural de Londrina. Recentemente a geada atingiu sua lavoura. A maior parte, na fase 'adulta', não sofreu tanto. Mas em 2 hectares os pés de café, ainda em crescimento, queimaram bastante. O cafeicultor estima que para 2017 a produção deve cair de 120 para 80 sacas. E ele só não perdeu mais graças a técnica de cultivo do café com o feijão Guandu. "Estimo que perdi pelo menos 30%, mas onde o feijão cresceu, protegeu e não queimou o café".
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