Café: Cotações do arábica recuam cerca de 200 pontos nesta 3ª feira na Bolsa de Nova York

Publicado em 14/06/2016 17:48

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (14) do lado vermelho da tabela, após duas sessões consecutivas de valorização. O mercado repercute uma maior tranquilidade dos operadores em relação à safra 2016/17 do Brasil, que corria o risco de ser afetada por geadas em quase todo o cinturão produtivo no final de semana. Os preços externos também recuaram de olho no câmbio.

O contrato julho/16 encerrou a sessão cotado a 135,30 cents/lb e o setembro/16 anotou 137,30 cents/lb, ambos com queda de 200 pontos. Já o vencimento dezembro/16 registrou 139,95 cents/lb com baixa de 185 pontos, enquanto o março/17 anotou 142,45 cents/lb e 170 pontos negativos.

Apesar da queda nos futuros do arábica na ICE, o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, acredita que importantes suportes foram mantidos. "Isso deixa a sensação no ar de que o mercado pode, sem dar aviso prévio, entrar em recompras preventivas", afirma. "Acredito que o mercado está consolidado e estamos em viés construtivo".

Na sessão anterior, o mercado chegou a operar em baixa pela manhã repercutindo os relatos de leves geadas no cinturão produtivo, que afetaram áreas isoladas. No entanto, as cotações acabaram fechando o dia com leve alta e o patamar de US$ 1,40 por libra-peso ficou mantido.

Segundo relatos de produtores, poucas lavouras tiveram prejuízos com a geada no final de semana. A condição climática afetou áreas isoladas no Sul de Minas Gerais e na fronteira entre Paraná e São Paulo. No entanto, segundo o engenheiro agrônomo, Marcelo Jordão Filho, da Fundação Procafé, em Franca (SP), os cafeicultores devem ficar atentos à condição das lavouras.

"O ponto de congelamento [da planta] está normalmente em torno de 3ºC a -4ºC, quanto maior for a queda da temperatura, mais graves e mais extensos serão os danos, após o congelamento intracelular, o tecido morre, por isso deve-se observar a plantação alguns dias após a geada, pois o mesmo nem sempre aparece no dia do acontecimento climático", explica Jordão Filho.

Além das variáveis fundamentais e dos ajustes técnicos, o mercado também sentiu nesta terça-feira pressão do câmbio com preocupações no cenário externo e maior aversão ao risco. O dólar comercial fechou o dia com queda de 0,19%, a R$ 3,48 na venda. O dólar mais baixo em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity.

Mercado interno

Segundo Marcus Magalhães, as praças de comercialização do Brasil voltaram a registrar menos negócios nestes primeiros dias da semana. Nos últimos dias, aproveitando das altas externas, alguns vendedores voltaram ao mercado físico brasileiro. "A paradeira assusta e incomoda os envolvidos. O cenário climático adverso no Brasil vem criando uma moldura mercadológica tensa e com desdobramentos inimagináveis", pondera.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 560,00 a saca e queda de 0,88%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 567,00 a saca e recuo de 0,87%. O maior recuo dentre as localidades no dia.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A maior variação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 4,26% e saca a R$ 490,00.

Na segunda-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 488,02 com alta de 1,03%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta terça-feira com queda expressiva. O contrato julho/16 anotou US$ 1613,00 por tonelada e queda de US$ 36, o setembro/16 teve US$ 1647,00 por tonelada com recuo de US$ 34 e o novembro/16 anotou US$ 1666,00 por tonelada com desvalorização de US$ 31.

Na segunda-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,71 com queda de 0,04%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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