Café: Com chuvas atrapalhando colheita no Brasil, Bolsa de Nova York sobe mais de 450 pts nesta 2ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 450 pontos nesta tarde de segunda-feira (6) e estendem os ganhos da véspera, que foram de cerca de 400 pontos. Os vencimentos voltaram ao patamar de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado segue atento às informações de chuva no cinturão produtivo do Brasil, que tem atrapalhado a colheita da safra 2016/17.
Por volta das 12h34, o vencimento julho/16 estava cotado a 131,75 cents/lb com alta de 465 pontos, o setembro/16 tinha 133,65 cents/lb com 460 pontos de avanço. Já o contrato dezembro/16 operava com 136,15 cents/lb também com 460 pontos positivos, enquanto o março/17 registrava 138,75 cents/lb com 455 pontos de valorização.
"Neste momento de colheita, essas precipitações atrasam os trabalhos no campo e podem prejudicar a qualidade do café já colhido pelos produtores", afirmou ao Notícias Agrícolas na sexta-feira o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. Na semana passada, as cotações do arábica na ICE tiveram valorização acumulada de quase 5% repercutindo, principalmente, as condições climáticas no Brasil.
De acordo com o cafeicultor Diego Barzagli, as lavouras na região de Poços de Caldas (MG) recebem chuvas há oito dias e os trabalhos de colheita estão paralisados. "Não sabemos onde teremos menos perdas, se deixando o café cair ou com ele no terreiro. Nas duas formas há chances de perda na qualidade", afirma o produtor que já teme não conseguir honrar contratos e financiamentos caso a situação perdure por mais tempo.
Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que uma frente fria avança pelo Sudeste nesta semana levando chuva forte, de até 120 milímetros, à Baixa Mogiana, Sul e Zona da Mata de Minas Gerais e ao Espírito Santo. Há risco de chuvas de granizo em algumas áreas de café.
O câmbio também acaba contribuindo para a alta no mercado. Às 11h20, a moeda norte-americana caía 0,41%, cotada a R$ 3,5104 na venda. A moeda estrangeira menos valorizada em relação ao real desencoraja as exportações da commodity e os preços externos tendem a subir.
Em maio, as exportações de café do Brasil totalizaram 2,17 milhões de sacas, com receita de US$ 314,6 milhões. Comparando com os embarques de abril, que foram de 2,23 milhões de sacas no mês passado, houve uma queda de 2,69% no volume exportado e recuo de 3,35% na receita.
No mercado interno, os negócios com café esboçaram reação na última semana. "Para quem está iniciando a colheita, este é um bom momento para fazer negócios. Neste cenário, não acredito que os preços fiquem muito acima de R$ 480,00 a saca", explicou Anilton Machado. No entanto, os preços ainda se recuperam da queda nas últimas semanas.
Na sexta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 467,25 com alta de 1,42%.