Café: Com chuvas atrapalhando colheita no Brasil, Bolsa de Nova York sobe mais de 450 pts nesta 2ª feira

Publicado em 06/06/2016 12:52

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 450 pontos nesta tarde de segunda-feira (6) e estendem os ganhos da véspera, que foram de cerca de 400 pontos. Os vencimentos voltaram ao patamar de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado segue atento às informações de chuva no cinturão produtivo do Brasil, que tem atrapalhado a colheita da safra 2016/17.

Por volta das 12h34, o vencimento julho/16 estava cotado a 131,75 cents/lb com alta de 465 pontos, o setembro/16 tinha 133,65 cents/lb com 460 pontos de avanço. Já o contrato dezembro/16 operava com 136,15 cents/lb também com 460 pontos positivos, enquanto o março/17 registrava 138,75 cents/lb com 455 pontos de valorização.

"Neste momento de colheita, essas precipitações atrasam os trabalhos no campo e podem prejudicar a qualidade do café já colhido pelos produtores", afirmou ao Notícias Agrícolas na sexta-feira o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. Na semana passada, as cotações do arábica na ICE tiveram valorização acumulada de quase 5% repercutindo, principalmente, as condições climáticas no Brasil.

De acordo com o cafeicultor Diego Barzagli, as lavouras na região de Poços de Caldas (MG) recebem chuvas há oito dias e os trabalhos de colheita estão paralisados. "Não sabemos onde teremos menos perdas, se deixando o café cair ou com ele no terreiro. Nas duas formas há chances de perda na qualidade", afirma o produtor que já teme não conseguir honrar contratos e financiamentos caso a situação perdure por mais tempo.

» Café: Com chuvas, colheita da safra 2016/17 é paralisada e qualidade dos grãos está prejudicada; veja fotos

Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que uma frente fria avança pelo Sudeste nesta semana levando chuva forte, de até 120 milímetros, à Baixa Mogiana, Sul e Zona da Mata de Minas Gerais e ao Espírito Santo. Há risco de chuvas de granizo em algumas áreas de café.

O câmbio também acaba contribuindo para a alta no mercado. Às 11h20, a moeda norte-americana caía 0,41%, cotada a R$ 3,5104 na venda. A moeda estrangeira menos valorizada em relação ao real desencoraja as exportações da commodity e os preços externos tendem a subir.

Em maio, as exportações de café do Brasil totalizaram 2,17 milhões de sacas, com receita de US$ 314,6 milhões. Comparando com os embarques de abril, que foram de 2,23 milhões de sacas no mês passado, houve uma queda de 2,69% no volume exportado e recuo de 3,35% na receita.

No mercado interno, os negócios com café esboçaram reação na última semana. "Para quem está iniciando a colheita, este é um bom momento para fazer negócios. Neste cenário, não acredito que os preços fiquem muito acima de R$ 480,00 a saca", explicou Anilton Machado. No entanto, os preços ainda se recuperam da queda nas últimas semanas.

Na sexta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 467,25 com alta de 1,42%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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