Café: Após esboçar recuperação, Bolsa de NY recua pela terceira sessão consecutiva nesta 4ª feira

Publicado em 25/05/2016 17:35

Ainda repercutindo, principalmente, as informações da colheita no Brasil e o câmbio, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (25) com leve queda pela terceira sessão consecutiva e sem indicar tendência no curto prazo. Ainda assim, os preços têm se sustentado em cerca de US$ 1,25 por libra-peso nos vencimentos mais distantes, após testarem a casa de US$ 1,35/lb nos últimos dias.

O contrato julho/16 encerrou a sessão cotado a 121,40 cents/lb com queda de 40 pontos, o setembro/16 teve 123,35 cents/lb com recuo de 45 pontos. Já o vencimento dezembro/16, mais distante, fechou o dia com 126,10 cents/lb também com queda de 45 pontos e o março/17 registrou 128,75 cents/lb com 50 pontos de desvalorização.

Segundo o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, as cotações do arábica na ICE voltaram a repercutir nesta quarta-feira um movimento de curto prazo já presenciado nas sessões anteriores. "O mercado oscila acompanhando o câmbio e a entrada da safra brasileira, que eles acreditam que trará maior oferta. Também há uma grande presença dos fundos de investimento, que estimulam a baixa", afirma.

Na terça-feira (24), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou que a produção brasileira de café arábica e conilon em 2016 deve ser de 49,67 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, com um aumento de 14,9% em relação as 43,24 milhões de sacas alcançadas em 2015, ano em que as lavouras foram afetadas pela seca nas principais áreas produtoras do Sudeste.

No entanto, apesar dessa expectativa de grande oferta dos operadores externos sobre o Brasil, segundo Carvalhaes, o cenário para o café ainda será muito justo neste ano. "Teremos uma produção que será suficiente apenas para o consumo interno e exportação, uma vez que tudo indica estoques brasileiros estão baixos", explica o analista.

Nesta quarta-feira, o dólar comercial oscilou dos dois lados da tabela acompanhando a cena política no Brasil e a aprovação da meta fiscal pelo Congresso Nacional. No entanto, a moeda estrangeira acabou fechando o dia com alta de 0,61%, cotada a R$ 3,5974 na venda. Com o dólar mais alto em relação ao real, as exportações da commodity brasileira ganham competitividade e os preços externos tendem a recuar.

Até a terceira semana de maio (15 dias úteis), as exportações brasileiras de café registraram 1,53 milhões de sacas de 60 kg, com receita de US$ 223,4 milhões. Foram embarcadas uma média de 102,6 mil sacas por dia, ante uma média de 111,6 mil por dia em abril.

Graficamente, o mercado do arábica na Bolsa de Nova York deve buscar o suporte a 120,00 cents/lb. No entanto, ainda tem resistido nas últimas sessões próximo de 125,00 cents/lb nos vencimentos mais distantes. Para analistas, as cotações só devem avançar acima de 125,00 cents/lb se houver efetivamente uma reverão de tendência.

Mercado interno

Os negócios com café no mercado físico brasileiro seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil e os preços registrando curtas oscilações nos últimos dias. Os produtores estão mais atentos aos trabalhos de colheita no campo, ainda mais neste momento de chuvas em algumas áreas produtoras – que podem afetar a qualidade do grão já colhido –.

Além disso, segundo Eduardo Carvalhaes, poucos cafeicultores ainda têm lotes da safra passada disponível para ofertar e, os que ainda tem, não os entregam pelos atuais patamares de mercado. "Se o produtor segurou o café até agora, ele não vai vender justamente neste pico de baixa", pondera o analista.

O feriado de "Corpus Christi", nesta quinta-feira (25), também contribui para a lentidão no mercado interno. A BM&FBovespa também não funciona.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,96% e saca a R$ 500,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A única oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,07% e saca a R$ 474,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Espírito Santo do Pinhal (SP), ambas com R$ 500,00 a saca, preço estável na primeira praça e alta de 2,04% na segunda. A maior variação no dia ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,08% e saca a R$ 470,00.

Na terça-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,25 com queda de 0,18%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou praticamente estável nesta quarta-feira. O contrato maio/16 anotou US$ 1620,00 por tonelada – estável, o julho/16 teve US$ 1642,00 por tonelada e recuo de US$ 6 e o setembro/16 anotou US$ 1659,00 por tonelada com desvalorização de US$ 1.

Na terça-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 385,55 com recuo de 0,34%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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