Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York recua mais de 250 pts nesta tarde de 4ª feira, mas sustenta patamar de US$ 1,30/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda de quase 300 pontos nesta tarde de quarta-feira (18) e estendem as perdas da véspera. Analistas já acreditavam que correções poderiam acontecer no mercado. Até ontem, os preços externos vinham de nove altas consecutivas. Saíram do patamar de US$ 1,25 por libra-peso e avançaram acima de US$ 1,30/lb.
Por volta das 12h54, o vencimento maio/16 estava cotado a 129,95 cents/lb com 275 pontos de baixa, o setembro/16 anotava 132,10 cents/lb com 250 pontos de recuo. Já o contrato dezembro/16 tinha 134,80 cents/lb com 240 pontos negativos, enquanto o março/17, mais distante, estava cotado a 136,80 cents/lb com 300 pontos de desvalorização.
"As bolsas para o café operam em baixa em realizações de lucros, movimento técnico e salutar ao mercado", afirma o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Além das correções técnicas, o mercado do arábica na ICE também sente a pressão do câmbio. Após fechar abaixo de R$ 3,50 ontem, nesta quarta-feira, às 12h39, a moeda estrangeira subia 1,10%, a R$ 3,53 na venda em meio às atuações do Banco Central. O dólar mais alto em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity.
Do lado fundamental, também ainda repercute entre os operadores fatores altistas, como as incertezas em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda nesta temporada. O mercado estima que mesmo com uma colheita ao redor de 50 milhões de sacas neste ano – média das projeções das principais entidades para o Brasil –, o país teria dificuldades no abastecimento global e até com demanda interna. Os estoques de café de safras passadas são praticamente inexistentes.
No mercado interno, os negócios são escassos. Os produtores estão atentos aos trabalhos de colheita e não ofertam sua produção restante pelos atuais patamares de preço. Na terça-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 475,54 com alta de 0,08%.