Café: Em ajustes, Bolsa de NY recua mais de 100 pts nesta 6ª, mas vencimentos permanecem em US$ 1,30/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) realizam ajustes técnicos nesta tarde de sexta-feira (13), após avançarem por sete sessões consecutivas. Os principais vencimentos têm perdas acima de 100 pontos, o mercado também sente a pressão do financeiro. O dólar voltou a avançar sobre o real, após o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.
Por volta das 11h47, o vencimento julho/16 anotava 128,30 cents/lb com queda de 175 pontos, o setembro/16 tinha 130,25 cents/lb com 165 pontos de baixa. Já o contrato dezembro/16 estava cotado a 132,85 cents/lb com 150 pontos de recuo, enquanto o março/17 registrava 136,60 cents/lb e 40 pontos negativos.
Esse movimento de realização de lucros já era esperado pelo mercado, após consecutivos avanços nos últimos dias. "O câmbio tem sustentado as cotações em cerca de US$ 1,30/lb. No entanto, precisamos esperar para ver se o mercado terá força para ir além desse patamar. Correções podem ser vistas", antecipou na quarta-feira (11) o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Além de ajustes técnicos, o mercado também sente a pressão do financeiro. Às 11h40, o dólar comercial operava com alta de 1,27%, cotado a R$ 3,5170 na venda repercutindo o cenário externo e no aguardo de anúncios do governo do presidente interino, Michel Temer. Com o dólar mais alto as exportações da commodity brasileira tendem a aumentar e os preços externos recuar.
No mercado interno brasileiro, os negócios com café seguem lentos e os dados mais recentes de exportação já refletem este cenário. Em abril, as exportações do grão e do café industrializado do Brasil caíram 25% em relação ao mesmo período de 2015, somando 2,406 milhões de sacas.
O cafeicultor brasileiro neste momento está mais atento aos trabalhos de colheita nas lavouras e, ao mesmo tempo, tem pouca produção disponível para ofertar nas praças de comercialização. O lado comprador também não aparece ativamente no mercado e os preços estão firmes.
Na quinta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 469,06 com alta de 0,56%.