Café: Bolsa de Nova York fecha em alta pela sexta sessão consecutiva nesta 4ª; Mercado pode sofrer ajustes
Nesta quarta-feira (11), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) completam a sexta sessão consecutiva de alta. Repercutindo o câmbio – impactado pela cena política no Brasil –, os preços no terminal externo voltam ao patamar de US$ 1,30 por libra-peso, perdido nos últimos dias. Diante dessa meteórica valorização, correções técnicas são esperadas pelo mercado.
O contrato maio/16 encerrou a sessão cotado a 127,90 cents/lb e o julho/16 teve 129,75 cents/lb, ambos com alta de 100 pontos. Já o vencimento setembro/16 registrou 131,50 cents/lb e o dezembro/16 anotou 133,90 cents/lb, os dois com valorização de 105 pontos.
O dólar comercial oscilou durante o dia entre leves quedas e altas à espera da votação que decidirá o afastamento da presidente Dilma Rousseff no Senado e com a interferência do Banco Central no mercado de câmbio. No entanto, acabou fechando o dia com queda de 0,61%, a R$ 3,4456 na venda. A moeda estrangeira mais baixa em relação ao real desencoraja as exportações da commodity pelo Brasil e os preços externos tendem a avançar.
"É provável que o processo de impeachment pressione ainda mais o real, disse a estrategista de câmbio do Mizuho Bank Americas, Sireen Harajli, ao Financial Times. "Mas acreditamos que isso é necessário para a economia brasileira começar a emergir de sua profunda recessão", acrescentou.
Nas últimas sessões, o mercado do arábica têm se baseado bastante no câmbio diante de poucas informações fundamentais que possam mudar seu direcionamento na ICE. Essa é a sexta sessão consecutiva de valorização no mercado. Diante desses avanços expressivos nos últimos dias, correções técnicas podem ser presenciadas.
"O câmbio tem sustentado as cotações em cerca de US$ 1,30/lb. No entanto, precisamos esperar para ver se o mercado terá força para ir além desse patamar. Correções podem ser vistas", explica o analista da Origem Corretora, Anilton Machado.
No lado fundamental, os operadores externos continuam apostando em safra de café no Brasil próxima de 50 milhões de sacas nesta temporada. No entanto, apesar da produção mais alta em relação aos anos anteriores no país, os estoques estão bem baixos e isso também acaba dando suporte aos preços.
Preços mínimos
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) divulgou ontem (10) um reajuste nos preços mínimos do café, que começam a valer a partir deste mês. O setor reagiu com descrédito uma vez que o aumento chega a ser menor que a inflação.
O arábica tem aumento de 7,57%, passando de R$ 307 para R$ 330,24 a saca. A recomposição do conilon também é de 7,57%, saindo de R$ 193,54 para R$ 208,19.
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. O produtor está atento aos trabalhos de colheita e, ao mesmo tempo, também tem pouca produção disponível para ofertar. Analistas acreditam que esse cenário só deve ter melhora com a chegada da nova safra ao mercado. Os preços internos trabalham sem direcionamento definido.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 535,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 1,85% e saca a R$ 530,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 525,00 a saca – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,66% e saca a R$ 474,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Franca (SP), ambas com R$ 490,00 a saca – estáveis. A maior oscilação ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 4,00% e saca a R$ 480,00.
Na terça-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 465,61 com alta de 0,31%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, seguindo Nova York, estendeu os ganhos da sessão anterior nesta quarta-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1631,00 por tonelada – estável, o julho/16 teve US$ 1675,00 por tonelada e alta de US$ 15, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1688,00 por tonelada e valorização de US$ 13.
Na terça-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 386,50 com alta de 0,03%.