Café: Bolsa de Nova York resiste à pressão do câmbio e fecha em alta pela quarta sessão consecutiva

Publicado em 09/05/2016 17:40

Após oscilarem dos dois lados da tabela acompanhando o financeiro, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (9) com alta de quase 200 pontos nos principais vencimentos. É a quarta sessão consecutiva de avanço. O mercado teve forte influência do financeiro durante todo o dia em meio às novidades em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O contrato maio/16 encerrou a sessão cotado a 125,15 cents/lb com alta de 170 pontos, o julho/16 teve 126,45 cents/lb com 195 pontos de avanço. Já o vencimento setembro/16 registrou 128,10 cents/lb e o dezembro/16 anotou 130,50 cents/lb, ambos com valorização de 185 pontos.

O dólar disparou no fim da manhã desta segunda após a divulgação de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na casa. No entanto, o mercado reduziu os ganhos e acabou fechando próximo da estabilidade.

"Após baixar a poeira do financeiro, o mercado do café arábica voltou a sentir o lado comprador, com a presença de fundos e especuladores", explica o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

A moeda estrangeira fechou esta segunda cotada a R$ 3,5249 na venda com alta de 0,63%. Na véspera, a divisa teve queda de mais de 1% e fechou na casa de R$ 3,50. O dólar mais valorizado em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity.

Na primeira semana de maio (5 dias úteis), as exportações de café em grão do Brasil totalizaram 475,4 mil sacas, com receita de R$ 69,5 milhões. Comparando a média diária embarcada deste mês (95,1 mil sacas) com a de abril (111,6 mil sacas) há uma queda de 17,35% no volume embarcado.

No lado fundamental, os operadores externos continuam apostando em safra de café no Brasil próxima de 50 milhões de sacas nesta temporada. No entanto, apesar da produção mais alta em relação aos anos anteriores, os estoques estão bem baixos e isso também acaba dando suporte aos preços.

Ainda assim, os futuros do café arábica devem continuar oscilando com o financeiro nos próximos dias, segundo Machado. "Caso tenhamos novidades no cenário político e o câmbio volte a repercuti-las, podemos ter preços do café em cerca de US$ 1,30/lb. No mais, eles devem seguir firmes até pelo menos a chegada da nova safra no mercado", pondera.

Mercado interno

O mercado físico brasileiro segue lento. Os produtores, no geral, não têm mais produto disponível e os que ainda têm, preferem aguardar por melhores patamares para voltar às praças de comercialização. "Essa lentidão vista no mercado só deve mudar mesmo com a chegada da nova safra", diz Machado.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 540,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,21% e saca a R$ 503,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 522,00 a saca e valorização de 0,97%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 1,05% e saca a R$ 480,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 500,00 a saca – estável. A maior oscilação ocorreu em Araguari (MG) e Franca (SP), ambas com alta de 2,08% e saca a R$ 490,00.

Na sexta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 460,34 com alta de 1,146%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou em baixa nesta segunda-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1608,00 por tonelada com queda de US$ 11, o julho/16 teve US$ 1634,00 por tonelada e recuo de US$ 15, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1648,00 por tonelada e desvalorização de US$ 10.

Na sexta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 383,80 com queda de 0,10%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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