Café: Bolsa de NY recua nesta tarde de 2ª acompanhando financeiro e otimismo com safra do Brasil

Publicado em 02/05/2016 12:44

Nesta tarde de segunda-feira (2), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 100 pontos, após iniciar o pregão estendendo os ganhos da véspera. O mercado sente a pressão do câmbio – que impacta nas exportações da commodity –, além do otimismo em relação à produção do Brasil nesta temporada.

Às 12h23, o contrato maio/16 anotava 120,25 cents/lb com 60 pontos de baixa, o julho/16 tinha 120,50 cents/lb com 100 pontos negativos. O vencimento setembro/16 registrava 122,40 cents/lb com 95 pontos de recuo, enquanto o dezembro/16 estava cotado a 124,90 cents/lb com 85 pontos de desvalorização.

O dólar comercial opera em alta nesta segunda após o governo subir para 1,1% o IOF para compra de moedas estrangeiras em espécie e com o Banco Central atuando de maneira mais intensa no mercado de câmbio. Os investidores também estão de olho na cena política do Brasil. Às 12h, a moeda norte-americana subia 1,98%, vendida a R$ 3,5084. O dólar mais alto em relação ao real acaba dando maior competitividade às exportações da commodity brasileira e pressiona os preços externos.

"A desvalorização do dólar americano é outro ponto positivo que deve encorajar ainda mais compra de commodities (sabe-se lá até quando) e talvez contribuir para um respiro de Nova York para eventualmente buscar os US$ 130,00 cents/lb, basicamente se mantendo dentro do mesmo intervalo de preços que vimos durante o mês de abril", afirmou em seu comentário semanal o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.

Além do financeiro, as informações sobre a colheita do café no Brasil também têm animado os operadores no terminal, pois contribuiria com uma ampla oferta do grão no mercado. "A colheita de arábica no Brasil começou bem e está atendendo às expectativas", disse um corretor de Londres na quinta-feira (28) à agência de notícias Reuters.

A Safras & Mercado, importante consultoria brasileira, divulgou recentemente que a safra de café 2016/17, que está em começo de colheita, deve ficar em 56,4 milhões de sacas de 60 kg. "Apesar da safra grande, deve ser um ano para recuperação dos estoques apenas. O forte fluxo externo em 2015/16 e as quebras de safras anteriores acabaram esvaziando os armazéns por aqui”, indica. “E, considerando, um consumo interno de 21 milhões e as exportações de 36 milhões dos últimos anos, não deve sobrar muito café mesmo", adverte o Gil Carlos Barabach, analista da Safras.

Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil e o cenário deve continuar assim até pelo menos o início da colheita da nova safra. Mesmo com a retração vendedora dos últimos dias, os preços internos despescaram na semana passada por conta do dólar. Segundo analistas, o lado comprador também prefere aguardar por melhores condições para comprar o café da safra nova. Na sexta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 450,15 com queda de 0,80%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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