Café: Bolsa de Nova York cai pela terceira sessão consecutiva nesta 3ª e vencimentos se aproximam de US$ 1,20/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira (5). Ainda se baseando em indicadores técnicos e principalmente no câmbio – que impacta nas exportações –, os vencimentos mais próximos já se aproximam do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. O mercado chegou a testar preços próximos de US$ 1,35/lb nas últimas semanas.
O contrato maio/16 fechou a sessão de hoje cotado a 120,90 cents/lb, o julho/16 registrou 123,05 cents/lb e o setembro/16 teve 124,85 cents/lb, ambos com queda de 190 pontos. O vencimento dezembro/16 anotou 126,90 cents/lb com baixa de 180 pontos.
Com praticamente todas as variáveis fundamentais precificadas, as cotações do arábica na ICE tem se baseado bastante no câmbio nos últimos dias. O dólar mais valorizado ante o real acaba encorajando as exportações da commodity. A divisa fechou a sessão de hoje cotada a 3,6810 reais na venda com alta de 1,86%. Os investidores repercutem a crescente incerteza em relação ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e a aversão a risco nos mercados globais.
Em março, as exportações brasileiras de café (22 dias úteis) totalizaram 2,77 milhões de sacas de 60 kg, com receita de R$ 405,9 milhões. O volume representa uma alta de quase 4% em relação a fevereiro (19 dias úteis). O balanço divulgado na sexta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na parte técnica, pesa sobre as cotações do arábica o fato de o vencimento maio/16 não conseguir romper a linha de 120,00 cents/lb, isso segundo traders pode estimular recuperações. "Com os preços acima de 121,00 cents/lb, a tendência é dos preços retornarem para 125,00 cents/lb ou até mais", afirma o analista de mercado João Santaella.
As informações sobre o desenvolvimento da safra nas principais origens produtoras não têm exercido há alguns dias pressão ou suporte sobre mercado. No Brasil, o clima continua beneficiando os cafezais e a possibilidade de colheita antecipada continua. Na Colômbia, as chuvas começaram a voltar no Centro e Sul do país e precisam continuar para não prejudicar a safra-principal. Enquanto isso, no Vietnã, os comentários de perdas ganham cada vez mais força. Entretanto, "o período de chuvas de normalmente é iniciado no fim de "abril", explicou na segunda-feira o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, os negócios com café seguem isolados com os preços mais baixos, acompanhando o cenário externo e a demanda mais enfraquecida. Na semana passada, os preços nas praças de comercialização chegaram a recuar mais de R$ 30 a saca.
"Os negócios não conseguem desatar os nós e, com este comportamento, a falta de liquidez nas praças ganham contornos inimagináveis", explica o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Varginha (MG) com R$ 535,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 1,85% com saca a R$ 530,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 539,00 a saca – estável. Nenhuma praça registrou variação nesta terça-feira.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 505,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Araguari (MG) com R$ 490,00 a saca e queda de 2%.
Na segunda-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 473,75 com queda de 2,33%.