Café: Cotações do arábica em NY caem mais de 200 pts nesta 2ª e estendem as perdas da sessão anterior
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam do lado vermelho da tabela nesta manhã de segunda-feira (4), com queda de mais de 200 pontos nos principais vencimentos, e estendem as perdas da sessão anterior. Com isso, os contratos mais próximos já se aproximam do patamar de US$ 1,25 por libra-peso.
Às 09h33, o vencimento maio/16 tinha 125,20 cents/lb com baixa de 205 pontos. O julho/16 anotava 127,35 cents/lb e o setembro/16 registrava 129,05 cents/lb, ambos com queda de 200 pontos.
Apesar da leve queda na sexta-feira, os preços futuros do café arábica e do robusta tiveram ganhos no mês passado. O contrato maio/16 do arábica na ICE fechou quinta-feira cotado a 127,45 cents/lb, o que representa uma alta de 13,14% em relação ao fechamento do último dia de fevereiro (112,65 cents/lb).
O câmbio foi decisivo para que as cotações subissem. A moeda estrangeira fechou este mês com queda de 10,2%, cotada a R$ 3,597 na venda na quinta-feira. O dólar mais baixo em relação ao real acaba desencorajando as exportações da commodity pelo Brasil.
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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Com derrocada do dólar, Bolsa de Nova York encerra março com ganhos acima de 13%
A semana foi marcada por curtas oscilações na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). No comparativo semanal, da última quinta-feira até hoje, as cotações do café arábica fecharam praticamente estáveis, com queda de 0,24% no vencimento referência maio/16. Apesar da quase estabilidade, os preços oscilaram dos dois lados da tabela. Este comportamento, segundo analistas, demonstra uma falta de direcionamento do mercado, que com a ausência de novidades fundamentais tem se baseado mais no câmbio e em indicadores técnicos.
Já no balanço mensal de março, os preços futuros do café arábica e do robusta tiveram ganhos. O contrato maio/16 do arábica na ICE fechou quinta-feira cotado a 127,45 cents/lb, o que representa uma alta de 13,14% em relação ao fechamento do último dia de fevereiro (112,65 cents/lb). O câmbio foi decisivo para que as cotações subissem. A moeda estrangeira fechou este mês com queda de 10,2%, cotada a R$ 3,597 na venda na quinta-feira. O dólar mais baixo em relação ao real acaba desencorajando as exportações da commodity pelo Brasil.
De acordo com o balanço divulgado hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de café em março (22 dias úteis) totalizaram 2,77 milhões de sacas de 60 kg, com receita de R$ 405,9 milhões. O volume representa uma alta de quase 4% em relação a fevereiro (19 dias úteis).
Nesta sexta-feira (1º), os contratos futuros do arábica chegaram a cair 150 pontos, mas reduziram as perdas no fim dos trabalhos, o que reforça a falta de direcionamento do mercado. Os lotes com vencimento para maio/16 fecharam a sessão cotados a 127,25 cents/lb, o julho/16 teve 129,35 cents/lb e o setembro/16 anotou 131,05 cents/lb, ambos com queda 20 pontos. Já o dezembro registrou 132,80 cents/lb com baixa de 10 pontos.
Na sessão de ontem, os preços do arábica na ICE registraram leve alta e voltaram a se aproximar do patamar de US$ 1,30 por libra-peso. No entanto, no pregão desta quinta-feira voltou a demonstrar fraqueza. "O mercado se mostra acomodado entre 130,00 cents/lb e 124,00 cents/lb. Rompendo isso é que podemos ter alguma oscilação maior. Mas sem novidades, esses patamares devem ser mantidos", afirmou ontem o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.
Para Barabach, o mercado deve continuar se baseando nessas questões até pelo menos o início da colheita da safra 2016/17 no Brasil, que deve começar entre maio e junho nas principais áreas produtoras do país. Os relatos dos cafeicultores são de que as lavouras continuam apresentando desenvolvimento regular. Porém, eles não acreditam que a produção total nesta temporada ultrapasse 50 milhões de sacas, como demonstram os principais levantamentos.
Informações de agências internacionais também dão conta que os operadores ainda tem dúvidas em relação à oferta global de café nesta temporada devido aos reflexos do El Niño nas principais origens produtoras. "A oferta mundial está muito ajustada, frágil", disse o diretor geral da Coex, Ernesto Álvarez.
A Bloomberg reportou recentemente, com base em entrevista com analistas, que a demanda mundial poderá superar a produção em 4 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada. No atual ano agrícola, houve um déficit de 4,8 milhões de sacas, segundo um operador da Coex Coffee Group, com sede em Miami. Os estoques do Brasil serão os menores em 15 anos até 30 de junho, de acordo com o exportador local, Tristão Trading Co.
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização do Brasil foram bem lentos nesta semana. Mesmo com a proximidade da colheita, acontecem apenas transações isoladas com os preços aquém das expectativas dos vendedores. "Os produtores conseguiram fazer bons negócios nas últimas semanas e diante desses preços preferem ficar mais distantes do mercado", afirmou Barabach. O último levantamento da Safras & Mercado aponta que 18% da safra que ainda deve ser colhida já foi negociada.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP) reportou ao CNC (Conselho Nacional do Café) que as cotações do café no mercado físico brasileiro se movimentaram em sentidos opostos nesta semana, mas com pouca volatilidade até quinta-feira, com o patamar ofertado ainda não sendo considerado atrativo pelos vendedores, fato que limita os negócios. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 487,18 a saca e a R$ 375,13 a saca, respectivamente, com variação de -1,76% e 2,17% em relação ao fechamento da semana anterior.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Varginha (MG) com R$ 540,00 a saca, queda de 1,82% na primeira e preço estável na segunda.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Varginha (MG) com queda de R$ 30,00 (-5,26%), saindo de R$ 570,00 para R$ 540,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 544,00 a saca e alta de 1,12%. A maior oscilação dentre as praças hoje foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda 1,78% e R$ 497,00.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 4 foi registrada em Varginha (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 530,00 na quinta passada, mas teve desvalorização de R$ 15,00 (-2,83%), e agora está em R$ 515,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com R$ 500,00 a saca e queda de 1,96%.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 505,00, mas caiu R$ 20,00 (-3,96%) e agora vale R$ 485,00.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta sexta-feira acompanhando Nova York. Ainda assim, os operadores seguem repercutindo as chances de desequilíbrio no mercado diante da forte seca nas plantações de robusta do Espírito Santo.
O contrato maio/16 registrou US$ 1516,00 por tonelada com queda de US$ 18, o julho/16 teve US$ 1536,00 por tonelada e recuo de US$ 19, enquanto o julho/16 anotou US$ 1554,00 por tonelada e desvalorização de US$ 17.