Café: Cotações do arábica em NY voltam a se aproximar de US$ 1,25/lb com queda acima de 100 pts nesta 3ª

Publicado em 29/03/2016 17:45

Os contratos futuros do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com preços mais baixos nesta terça-feira (29). Os principais vencimentos tiveram perdas acima de 100 pontos e já se aproximam do patamar de US$ 1,25 por libra-peso. Mais uma vez sem novidades fundamentais para repercutir, o mercado se baseou em indicadores técnicos e no financeiro, com destaque para o avanço do dólar em relação ao real e a queda do petróleo.

O vencimento maio/16 encerrou o pregão de hoje cotado a 127,45 cents/lb e o julho/16 teve 129,45 cents/lb, ambos com baixa de 110 pontos. Já o contrato setembro/16 registrou 131,15 cents/lb com queda de 115 pontos e o dezembro/16 teve 132,75 cents/lb com 125 pontos de desvalorização.

Após esboçar reação na sessão de ontem, envolvidos do mercado até acreditavam que as cotações do arábica tivessem força para se manter no patamar de US$ 1,30/lb nesta terça-feira. No entanto, logo no início do pregão, as cotações, mais uma vez, demonstraram fraqueza técnica.

"As bolsas consolidam o atual espaço de trabalho. Não vejo margem para rompimento desses suportes, nem sobressalto nas resistências. O intervalo de 125,00 e 130,00 cents/lb deve ser consolidado", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

A divisa americana chegou a avançar mais de 1% nesta terça-feira, mas acabou reduzindo os ganhos no final do dia e fechou a R$ 3,6379 na venda com alta de 0,34%. O dólar mais alto ante o real acaba encorajando as exportações do grão pelo Brasil. Além disso, a forte queda do petróleo também acaba influenciando na baixa das commodities agrícolas, de um modo geral. O ativo teve perdas de mais de 3%, cotado abaixo de US$ 39 o barril.

O câmbio repercutiu o leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares do Banco Central, o rompimento do PMDB com o governo e as menores expectativas de altas de juros nos Estados Unidos.

Na semana passada, as cotações do arábica no terminal externo também tiveram perdas. De acordo com o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, as compras de commodities esfriaram depois dos ajustes dos fundos em suas posições tomadas no dólar. Para ele, o mercado já dava sinais de ter exaurido sua força na quinta-feira passada, após buscar máximas desde outubro de 2015 e não conseguir mantê-las.

Além disso, os fundos estavam muito comprados, registrando a maior posição desde 27 de janeiro de 2015, quando a Bolsa de Nova York negociava a US$ 170 centavos por libra e o Real encerrava o dia a R$ 2,5735 contra o dólar. No relatório do COT de sexta-feira os fundos apareceram com uma posição líquida comprada em 19.523 lotes. "O cenário não é nada animador para os altistas", pondera Costa.

Mercado interno

Após um aquecimento nos negócios nas praças de comercialização do Brasil na semana passada, o mercado físico voltou a registrar retração vendedora. Segundo analistas, poucos produtores ainda tem café disponível para negociar. Os preços seguem na casa de R$ 500,00 a saca nos tipos mais negociados.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 552,00 a saca e queda de 0,18%. A maior oscilação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) e Varginha (MG), ambas com R$ 540,00 a saca e queda de 1,82%.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 556,00 a saca e alta de 0,54%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,80% e saca a R$ 507,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com queda de 1,96% e saca cotada a R$ 500,00.

Na segunda-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 492,74 com queda de 0,64%.

Bolsa de Londres

As cotações futuras do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em alta nesta terça-feira ainda repercutindo as incertezas em relação à colheita dos principais países produtores. O contrato maio/16 registrou US$ 1501,00 por tonelada com alta de US$ 10, o julho/16 teve US$ 1532,00 por tonelada e avanço de US$ 10, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1556,00 por tonelada e valorização de US$ 10.

Na segunda-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 370,71 com alta de 0,96%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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