Café: Bolsa de Nova York cai quase 300 pts nesta 2ª e interrompe trajetória de alta da semana passada

Publicado em 21/03/2016 17:43

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (21) com queda de quase 300 pontos nos principais vencimentos, após três sessões seguidas de alta. O mercado realizou ajustes ante a valorização de quase 8% no acumulado da semana passada e também sentiu a pressão do câmbio. O dólar voltou a subir forte ante o real. No entanto, o patamar de US$ 1,30 por libra-peso para o arábica foi mantido.

Os lotes com vencimento para março/16 registraram 133,85 cents/lb com alta de 185 pontos, o maio/16 teve 131,55 cents/lb com queda de 275 pontos. Já o contrato julho/16 fechou a sessão cotado a 133,35 cents/lb com 270 pontos negativos, enquanto o setembro/16 anotou 134,95 cents/lb com 250 pontos de baixa.

"Sem ter um palpite certeiro por seguir, os investidores resolveram tirar o dia para ajustarem suas apostas no mercado e desta forma, um tom ameno acabou saindo prevalecido", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O dólar comercial fechou a sessão desta segunda-feira cotado a R$ 3,6103 na venda com alta de 0,80% repercutindo o leilão de até 20 mil swaps cambiais reversos pelo Banco Central, após a queda de mais de 10% da divisa americana neste mês. Com o dólar mais valorizado ante o real, as exportações da commodity ficam mais competitivas e os preços externos tendem a cair.

Na semana passada, o financeiro pesou bastante para os ganhos de mais de 8% do café arábica na Bolsa de Nova York. "Nos últimos 20 dias, o mercado subiu dois mil pontos e os produtores brasileiros aproveitaram esses ganhos para travar negócios a preços interessantes", explica Magalhães.

Agências internacionais de notícias reportaram nos últimos dias que os operadores também estão menos otimistas em relação à produção da Colômbia e de algumas áreas do Brasil.

Estimativas privadas e estrangeiras apontam a produção brasileira nesta temporada em cerca de 50 milhões de sacas. No entanto, mesmo com esse volume mais alto colhido em relação às safras anteriores, o mercado pode sofrer um aperto na oferta. Os estoques de café, que foram usados para abastecer o mercado nos últimos anos estão praticamente zerados.

Mercado interno

A forte alta nos terminais externos na semana passada impulsionaram os preços do café nas praças de comercialização do Brasil. Com isso, mais negócios acabaram sendo realizados, segundo o Cepea (Centro de Economia Aplicada, da ESALQ/USP). No entanto, nesta segunda-feira, os negócios foram isolados e os preços recuaram ou ficaram estáveis.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Varginha (MG) com R$ 570,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,93% e saca cotada a R$ 531,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 558,00 a saca e queda de 1,76%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 540,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,08% e saca cotada a R$ 490,00.

Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 507,60 com recuo de 0,29%.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam com leve baixa nesta segunda-feira, após ficarem do lado azul da tabela na sessão anterior repercutindo as chances de desequilíbrio no mercado diante da forte seca nas plantações de robusta do Espírito Santo.

O contrato março/16 registrou US$ 1447,00 por tonelada – estável, o maio/16 teve US$ 1473,00 por tonelada e recuo de US$ 9, enquanto o julho/16 anotou US$ 1502,00 por tonelada e desvalorização de US$ 9.

Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 363,32 com avanço de 0,53%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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