Café: Bolsa de Nova York atinge o nível mais alto em 5 meses nesta 5ª feira e puxa preços no Brasil

Publicado em 17/03/2016 18:16

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) continuaram sua escalada de alta nesta quinta-feira (17) e fecharam acima de US$ 1,30 por libra-peso, mas durante a sessão chegaram a testar o patamar mais alto em cinco meses. O mercado repercutiu indicadores técnicos, a forte queda do dólar e informações pessimistas sobre a produção da Colômbia e até do Brasil. Essa forte alta na ICE alavancou os preços no Brasil e fez os vendedores voltarem às praças de comercialização.

Os lotes com vencimento para março/16 fecharam a sessão de hoje cotados a 132,00 cents/lb com alta de 460 pontos, o maio/16 registrou 132,55 cents/lb e o julho/16 encerrou a sessão com 134,25 cents/lb, ambos com valorização de 350 pontos. Já o contrato setembro/16 encerrou o dia cotado a 135,65 cents/lb com 340 pontos positivos.

Após atingir o patamar mais alto desde outubro, as cotações do café arábica no terminal externo reduziram um pouco os ganhos, fechando com alta acima de 300 pontos nos principais vencimentos. Ainda assim, a tendência é de alta para os preços. "O café encontrou sustentação no financeiro, com o dólar, mas também tem um pouco de fator fundamental pesando sobre o mercado e aspectos técnicos", afirma o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.

O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com queda de mais 2%, a maior em mais de quatro meses, com investidores apostando em uma chance maior de troca de governo após a divulgação da conversa entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff. A moeda fechou o dia cotada a R$ 3,6533 na venda, com recuo de 2,29%.

O cenário macroeconômico atual provocou ganhos generalizados nas commodities nesta quinta-feira. Os ativos de risco, de ações, petróleo e outras soft commodities subiram após o Fed (Federal Reserve), Banco Central dos Estados Unidos, manter as taxas de juros, de olho em riscos para a economia global. O dólar mais fraco em relação ao real desencoraja as exportações da commodity.

"O anúncio de Yellen durante a noite, sem dúvida, forneceu algum sentimento otimista em todos os mercados de commodities", disse o site internacional Agrimoney.

Agências internacionais de notícias reportaram também que os operadores em Nova York estão menos otimistas em relação à produção da Colômbia e de algumas áreas do Brasil.

"Há o sentimento geral de que pode ocorrer um déficit maior que o esperado para este ano e a perspectiva de um novo déficit no próximo ano", disse o analista da Capital Economics Hamish Smith à Reuters.

Para Barabach, a queda das cotações nas últimas semanas, estimuladas pelo excesso de oferta, foram exageradas. "Por mais que a sara seja maior, a oferta de café no mercado não será tão grande. Será mais uma recuperação dos estoques", explica Barabach.

Mercado interno

Assim como em Nova York, os preços do café no mercado físico brasileiro esboçaram forte alta nesta quinta-feira, mesmo com o dólar em baixa. Com isso, um volume maior de negócios passaou a ser registrado, segundo o Cepea (Centro de Economia Aplicada, da ESALQ/USP).

Nesta quarta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 504,17/saca de 60 kg, avanço de 3,57% frente ao da quarta-feira anterior. O Indicador não fechava acima dos R$ 500,00 desde o final de janeiro.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Varginha (MG) com R$ 570,00 a saca e alta de 1,79%. A maior oscilação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 2,65% e saca cotada a R$ 550,00

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 568,00 a saca e queda de 0,87%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 2,80% e saca a R$ 550,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 550,00 a saca e avanço de 3,77%. Foi a maior oscilação no dia detre as praças.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam com forte alta nesta quinta-feira. Os operadores seguem repercutindo as chances de desequilíbrio no mercado diante da forte seca nas plantações de robusta do Brasil.

O contrato março/16 registrou US$ 1395,00 por tonelada – estável, o maio/16 teve US$ 1456,00 por tonelada e avanço de US$ 30, enquanto o julho/16 anotou US$ 1484,00 por tonelada e valorização de US$ 28.

Na quarta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 357,63 com avanço de 0,27%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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