Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 300 pts nesta 4ª feira e fecha próxima de US$ 1,30/lb
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta acima de 300 pontos nos principais vencimentos nesta quarta-feira (16). A sessão foi marcada por intensa volatilidade e as cotações dispararam seguindo mais uma vez fatores técnicos, principalmente recompras de fundos, ainda que pesem sobre o mercado informações sobre um desequilíbrio entre oferta e demanda.
Os lotes com vencimento para março/16 fecharam a sessão de hoje cotados a 127,40 cents/lb com alta de 330 pontos, o maio/16 registrou 129,05 cents/lb com avanço de 335 pontos. Já o contrato julho/16 encerrou a sessão com 130,75 cents/lb e valorização de 325 pontos, enquanto o setembro/16 teve 132,25 cents/lb com 315 pontos positivos.
"Em nenhuma origem produtora o cenário dá margem para que o mercado sofra fortes realizações já que os estoques estão baixos e a imprevisibilidade climática impede uma garantia produtiva. Como venho analisando há meses, o ativo café tem forças nas próprias pernas e pode indicar um ano vitorioso no âmbito das bolsas", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Os preços do café arábica na ICE romperam nos últimos dias a média móvel de 100 dias, o que acabou dando ainda mais impulso ao mercado. Além dos aspectos técnicos, algumas preocupações em relação à safra do Espírito Santo e a queda nos estoques certificados na bolsa também contribuíram, mesmo que em menor intensidade, para o avanço dos preços nesta quarta-feira, segundo agências internacionais.
"O sentimento está mudando. Estamos nos baseando, principalmente, nos fundamentos. Temos uma grande mudança na diferença cambial, mas o café está ficando cada vez mais escasso", disse o presidente da Hackett Financial Advisors, Shawn Hackett.
Nesta quarta-feira (16), após subir durante boa parte do dia, o dólar comercial acabou fechado em queda reagindo à confirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o novo ministro da Casa Civil. A moeda norte-americana caiu 0,63%, vendida a R$ 3,7391.
Mercado interno
Com oferta restrita no mercado e aproveitando a alta na Bolsa de Nova York, os preços no mercado físico brasileiro subiram um pouco nesta quarta-feira. "O mercado interno está uma paradeira só. O setor produtivo 'velando o mercado' e deixa as praças de comercialização vazias e a ansiedade elevadíssima", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 565,00 a saca e alta de 0,89%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com alta de 6,67% e saca cotada a R$ 560,00
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 573,00 a saca e alta de 1,78%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 2,88% e saca a R$ 535,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Franca (SP) e Varginha (MG) com R$ 530,00 a saca, alta de 3,92% no município paulista e 2,91% no mineiro. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca.
Na terça-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 496,42 com alta de 0,66%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta quarta-feira, após a queda expressiva na sessão de ontem. A forte seca nas plantações de robusta do Brasil ainda repercute sobre os preços externos.
O contrato março/16 registrou US$ 1392,00 por tonelada – estável, o maio/16 teve US$ 1424,00 por tonelada e avanço de US$ 1, enquanto o julho/16 anotou US$ 1455,00 por tonelada e valorização de US$ 4.
Na terça-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 356,65 com queda de 0,17%.