Café: Mercado demonstra fraqueza e volta a cair nesta 5ª em NY após se aproxima do patamar de US$ 1,25/lb

Publicado em 10/03/2016 12:58

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda acima de 100 pontos nos principais vencimentos nesta tarde de quinta-feira (10), após iniciarem o pregão estendendo os ganhos da sessão anterior. Pela manhã, recompras de fundos eram registradas no terminal externo. Entretanto, os preços viraram em ajustes ante a alta de ontem.

Por volta das 12h39, o vencimento maio/16 tinha 121,20 cents/lb com queda de 120 pontos, o julho/16 registrava 123,05 cents/lb também com recuo de 120 pontos. Já o contrato setembro/16 tinha 124,65 cents/lb com desvalorização de 140 pontos, enquanto o dezembro/16 operava a 126,60 cents/lb com baixa de 135 pontos.

Após os vencimentos se aproximarem de US$ 1,25 por libra-peso, ajustes começaram a ser feitos no terminal externo. Analistas têm relatado que o mercado não tem força para avançar acima deste patamar diante do atual cenário técnico e até mesmo fundamental.

"Acredito que as cotações devem continuar oscilando entre US$ 1,15 e US$ 1,25 por libra-peso. Somente rompendo a barreira de US$ 1,25/lb é que podemos ver alguma reação mais expressiva", afirma o analista João Santaella.

Na sessão anterior, a estimativa do Rabobank para a safra 2016/17 do Brasil, abaixo das expectativas do mercado, movimentou os operadores e acabou dando um gás às cotações que estavam oscilando apenas com o câmbio e indicadores técnicos.

Após visitas em fazendas do Brasil, o banco especializado em commodities reduziu para 51,8 milhões de sacas a produção nesta safra. Levando em conta seis estimativas da indústria, desde o início do ano, a previsão para esta temporada tem média de 53 milhões de sacas, com números entre 49,1 a 55,5 milhões de sacas.

"É bastante provável que isso resulte em um aumento na nossa previsão de preço [...] impedindo qualquer nova depreciação do real", disse o Rabobank em relatório.

A produção da variedade arábica foi estimada em 39,2 milhões sacas, com um salto de até 6,5 milhões de sacas e a de robusta em 12,6 milhões de sacas, o que representaria uma queda de 3,9 milhões de sacas em relação à temporada passada.

O CeCafé divulgou nesta quinta-feira (10) seus dados de exportação do mês de fevereiro. Em termos de volume, foi registrado um incremento de 1,5% na comparação com o mesmo mês de 2015 e de 0,8% em relação a janeiro de 2016, mantendo uma média de exportação para o período de 2,8 milhões de sacas nos últimos três anos. O destaque para esse desempenho vem da comercialização do café arábica e do solúvel, que cresceram, respectivamente, 9,3% e 7,8%.

» Café: Exportações do Brasil sobem 1,5% em fevereiro em relação a 2015, aponta CeCafé

Analistas afirmam que esses dados de exportação, acima do registrado em 2015, acabam dando ao mercado uma sensação de que o País ainda tem bastante café em estoque e os preços tendem a recuar. Especialistas têm relatado que o Brasil deve chegar ao final de março com os menor estoque de passagem da história.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), a safra 2016/17 do Brasil, maior produtor e exportador do mundo, tem apresentado desenvolvimento regular nas principais áreas produtoras devido às condições climáticas mais favoráveis nesta temporada e em algumas regiões pode até ser antecipada.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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