Café: Bolsa de Nova York fecha com alta de mais de 200 pts após dólar despencar 2,2% nesta 5ª feira

Publicado em 03/03/2016 17:51

Acompanhando a forte queda do dólar em relação ao real nesta quinta-feira (3), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York subiram mais de 200 pontos e o vencimento maio/16 se aproxima do patamar de US$ 1,18 por libra-peso. Com a ausência de novidades fundamentais, o mercado tem se baseado bastante no câmbio e indicadores técnicos nas últimas sessões.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, recompras de fundos também foram registradas na bolsa. Ele estima que elas devem ter a "continuidade assegura já que, tecnicamente, os níveis ficaram interessantes".

O contrato março/16 fechou a sessão de hoje cotado a 115,60 cents/lb com alta de 225 pontos, o maio/16 teve 117,85 cents/lb e 230 pontos positivos. Já o vencimento julho/16 registrou 119,60 cents/lb com 220 pontos positivos e o setembro/16 registrou 121,30 cents/lb com valorização de 215 pontos.

Acompanhando as informações da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral e aspectos externos, o dólar desabou mais de 2% nesta quinta-feira e voltou à casa dos R$ 3,80. A moeda estrangeira menos valorizada que o real acaba desencorajando as exportações da commodity e com isso as cotações externas sobem. O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 3,8022 na venda com baixa de 2,20%.

Em fevereiro (19 dias úteis), as exportações de café em grão do Brasil totalizaram 2,67 milhões de sacas de 60 kg, com receita de US$ 397 milhões. Comparando esses dados com o volume exportado pelo País no mesmo período de 2015 (2,51 milhões de sacas), houve uma alta de 6,2%. Já em relação à receita houve uma queda de 19,55%.

» Café: Exportações do Brasil totalizam 2,67 milhões de sacas em fevereiro

Agências internacionais de notícias têm reportado que as commodities agrícolas, de um modo geral, estão sendo bastante influenciadas pelo cenário macroeconômico e não pelos aspectos fundamentais de cada uma e por isso oscilam sem indicar tendência definida nas últimas semanas. Os investidores estão preferindo ativos mais seguros uma vez que a aversão ao risco nos mercados globais continua alta.

Mercado interno

Os vendedores do mercado físico brasileiro continuam recuados e preferem não negociar a pouca produção que ainda lhes resta pelos baixos preços ofertados. "Vendedores recuados e preços nominais dão a tônica", pondera Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,17% e saca cotada a R$ 518,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 532,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,03% e saca valendo R$ 489,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi em Patrocínio (MG) com baixa de 2,04% e R$ 480,00 a saca.

Na quarta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 477,77 com alta de 0,09%.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, voltaram a fechar praticamente estáveis nesta quinta-feira. O contrato março/16 registrou US$ 1358,00 por tonelada – estável, o maio/16 teve US$ 1397,00 por tonelada e avanço de US$ 6, enquanto o julho/16 anotou US$ 1425,00 por tonelada e valorização de US$ 5.

Na quarta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 370,97 com queda de 0,40%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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