Chuvas diminuem no cinturão produtivo de café do Brasil nesta semana
Nos últimos dias de 2015, as áreas produtoras de café do Paraná, Alta Paulista, Baixa Mogiana e Sul de Minas Gerais receberam chuvas fortes e abrangentes, o que ajudou bastante o desenvolvimento da safra 2016/17. No entanto, nestes primeiros dias de 2016, os volumes previstos pelos principais institutos meteorológicos são bem menores.
A Somar Meteorologia estima menos de 3 milímetros nesta segunda-feira (4) no extremo Sul mineiro, importante região produtora da variedade arábica. Nos próximos dias, apenas o Cerrado do estado e o Sul da Bahia devem receber precipitações volumosas.
Previsão de chuva acumulada para o período de 05 e 09 de janeiro de 2016 - Fonte: Climatempo
No Espírito Santo, maior estado produtor de robusta e que enfrentou forte seca em 2015, o tempo mudou neste fim de semana e bons volumes foram registrados. De acordo com dados das estações automáticas do Inmet, até às 6 horas da manhã desta segunda-feira (4), foram acumulados: 30 mm em São Mateus, 32 mm em Alegre, 36 mm em Vitória e 61 mm em Santa Teresa.
Segundo a Climatempo, a frente fria que mudou o tempo no Espírito Santo começa a se deslocar hoje para o litoral da Bahia, mas áreas de instabilidade ainda espalham muitas nuvens sobre o estado. As precipitações mais fortes devem cair sobre a região norte.
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Vale lembrar que após anos difíceis para o cafeicultor brasileiro, os envolvidos de mercado acreditam que em 2016 o cenário deve ser diferente. O clima nos últimos meses tem beneficiado o desenvolvimento das lavouras para a próxima safra, que é de alta bienalidade para a maioria das regiões, os estoques mundiais estão baixos e o consumo só aumenta. Ainda assim, o cafeicultor deve ficar atento ao clima, pois é preciso a continuidade desse padrão climático nos próximos meses.
"Seguramente, caso tenhamos um volume de chuva normal em janeiro e fevereiro, o ano de 2016 deverá ser bom para o cafeicultor. A produção Mineira está se recuperando dos efeitos da seca dos anos anteriores, não podemos falar em aumento e sim em recuperação. O Cerrado Mineiro, por exemplo, teve uma quebra de safra de 20% neste ano, penso que estamos voltando para a normalidade a partir do próximo ano", explicou o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.
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