Café: Bolsa de Nova York inicia semana acompanhando mercado financeiro e registra leve queda

Publicado em 31/08/2015 09:50

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve queda nesta manhã de segunda-feira (31). Os futuros chegaram a operar no campo positivo no início da sessão recuperando-se das perdas de sexta-feira em meio as incertezas em relação a safra do Brasil. Entretanto, as informações do mercado financeiro repercutiram entre os operadores no terminal norte-americano. O dólar avança forte sobre o real, às 10h48 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia 2,56%, cotada a R$ 3,6770 na venda.

Por volta das 11h27, o vencimento dezembro/15 anotava 122,30 cents/lb com recuo de 175 pontos, o março/16 tinha 125,60 cents/lb com baixa de 190 pontos. O contrato maio/16 registrava 128,00 cents/lb com 175 pontos negativos e o julho/16 operava com 129,90 cents/lb com 190 pontos de desvalorização.

O dólar avança forte sobre o real nesta segunda-feira pressionada pelas preocupações com a situação fiscal do Brasil e temores de que o país possa perder seu selo de bom pagador, mesmo após o Banco Central reforçar sua intervenção no câmbio. A moeda norte-americana mais valorizada ante o real dá maior competitividade as exportações.

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Vale lembrar que a colheita da safra 2015/16 de café encaminha-se para o fim. Mais de 80% das lavouras já tem os trabalhos concluídos. Entretanto, a dúvida em relação ao potencial produtivo do Brasil permanece aqui no Brasil e na bolsa norte-americana. Estimativas estrangeiras apontam uma safra brasileira em cerca de 50 milhões de sacas, enquanto instituições brasileiras reportam a produção do Brasil em 40 milhões de sacas.

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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:

Café: Cotações na Bolsa de Nova York encerram esta 6ª feira com ligeira queda à espera de fatos novos

Nesta sexta-feira (28), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com ligeira queda em ajuste após avançar por dois pregões consecutivos e repercutir bastante durante a semana a questão cambial.

No Brasil, praticamente todos os tipos de café registraram queda em relação à semana anterior. Destaque para os melhores tipos, que chegaram a ter negócios por R$ 600,00 a saca e agora estão próximos de R$ 500,00.

Em Nova York, os lotes para vencimento em dezembro/15 anotaram 124,05 cents/lb e o março/16 teve 127,50 cents/lb, ambos com recuo de 520 pontos. O contrato maio/16 registrou 129,75 cents/lb com 40 pontos negativos e o julho/16 encerrou o dia com 131,80 cents/lb e desvalorização de 45 pontos.

Nesta semana, as cotações do arábica oscilaram bastante. Na segunda-feira, a Bolsa de Xangai desabou 8,5% e os investidores se desfizeram de suas posições nos mercados de ações e commodities buscando os títulos do Tesouro americano, favorecendo a alta do dólar ante o real. Com isso, os futuros do café recuaram.

Entretanto, com os investidores um pouco mais confiantes, o real voltou a se valorizar ante o dólar após a 'segunda-feira negra' e o campo positivo foi registrado no mercado de café nas últimas duas sessões na bolsa norte-americana.

Hoje, o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 3,5853 na venda com 0,91% de avanço.

"O que vimos nesta sexta-feira foi mais um ajuste, uma consolidação no mercado", explica o diretor de café, Rodrigo Costa, do Banco Société Générale.

Outra informação que repercutiu bastante na semana entre os envolvidos como viés altista foi a revisão para baixo da safra do Brasil 2015/16 por parte de alguns players que tinham uma visão otimista sobre a produção do país.

A Volcafe, por exemplo, reduziu em 3,6 milhões de sacas de 60 kg a estimativa para produção de café brasileira. A expectativa da companhia é de que a colheita atinja 48,3 milhões de sacas nesta temporada, ante as 51,9 milhões previstas em maio. Estimativas realizadas por instituições brasileiras reportam a produção do Brasil em 40 milhões de sacas.

» Volcafe revisa safra de café do Brasil para 48,3 milhões de sacas

Apesar dessas informações recentes apontarem cada vez mais para um possível déficit na oferta, uma vez que a demanda mundial é apontada em cerca de 56 milhões de sacas e continua a crescer, ainda há muita incerteza em relação ao potencial produtivo dos principais países produtores da variedade, e consequentemente, da tendência do mercado.

"Por mais que a bolsa tenha precificado uma queda na safra brasileira, ainda existem diversos lugares com volume razoável de café, há também a chegada de chuvas no Brasil. Em contrapartida, acontece a volta das férias no Hemisfério Norte com uma tendência momentânea de aperto entre oferta e demanda", afirma Rodrigo Costa.

Exportações globais de café

As exportações globais de café caíram 3,6% em julho ante o ano anterior para um total de 9,59 milhões de sacas de 60 kg, informou a Organização Internacional do Café (OIC) nesta sexta-feira. Esta informação poderia fazer as coações em Nova York valorizarem-se, entretanto o mercado acabou não repercutindo os dados da Organização hoje.

» Exportações globais de café caem 3,6 por cento em julho, diz OIC

Mercado interno

As negociações no mercado físico são pontuais, diferente da semana passada quando houve um avanço nos preços e a saca chegou a R$ 600,00 em alguns locais. De acordo com Costa, há procura nas praças de comercialização, mas não oferta. Muitos produtores já tem compromissos firmados ou preferem aguardar melhores patamares.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 534,00 - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,04%, a saca está cotada a R$ 484,00.

Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior desvalorização foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 60,00 (-10,53%), saindo de R$ 570,00 para R$ 510,00 a saca.

O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 534,00 a saca - estável. A maior variação ocorreu em Poços de Caldas (MG) onde a saca subiu 2,44%, para R$ 462,00.

Na semana passada, a saca do tipo estava cotada a R$ 505,00 na cidade de Varginha (MG), mas recuou R$ 40,00 (-7,92%) e agora vale R$ 465,00. Foi a maior queda da semana dentre as praças.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguarí (MG) com R$ 480,00 a saca. Todas as praças encerraram o dia com preços estáveis.

A maior variação de preço na semana para o tipo foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP), por lá a saca estava cotada a R$ 510,00, mas caiu R$ 50,00 (-9,10%) e agora está em R$ 460,00.

Na quinta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 1,72% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 448,55.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam em baixa, seguindo a Bolsa de Nova York. O contrato setembro/15 está cotado a US$ 1565,00 por tonelada com queda de US$ 42, o novembro/15 teve US$ 1597,00 e desvalorização de US$ 44 e o vencimento janeiro/16 anotou US$ 1611,00 por tonelada com recuo de US$ 46.

 

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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