Café: Bolsa de NY opera em alta nesta 4ª feira após se aproximar do patamar de US$ 1,20/lb
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta expressiva nesta tarde de quarta-feira (29). Nos últimos dias, com a ausência de novidades nos fundamentos, os futuros têm registrado queda diante da valorização cambial alternando com algumas sessões de leve alta em correção técnica.
Por volta das 12h41, o vencimento setembro/15 registrava 122,35 cents/lb e o dezembro/15 anotava 125,35 cents/lb, ambos com avanço de 210 pontos. O contrato março/16 registrava 128,80 cents/lb e alta de 205 pontos, e o maio/16 tinha 131,05 cents/lb com valorização de 210 pontos.
De acordo com o analista de mercado, Gilson Fagundes, a bolsa norte-americana trabalha hoje com recompras de fundos ante as recentes quedas. As negociações na bolsa também têm sido influenciadas pela rolagem de posição por parte dos investidores especulativos, que buscam se desfazer de seus contratos.
"Ao que parece, o mercado criou um suporte na casa dos 120,00 cents por libra-peso. Acredito que as oscilações podem perdurar ainda pelos próximos dias até que um fato novo chame a atenção dos operadores, como a safra atrasada e a confirmação de uma safra menor que o esperado", explica Fagundes que ainda acredita que possa haver reversão no pregão de hoje.
Às 13h12, o dólar era vendido a R$ 3,3346, com baixa de 1,02%. Os mercados aguardam uma definição da nova taxa básica de juros brasileira, que será divulgada no final do dia.
Na sessão anterior, o mercado também operou durante boa parte do dia em alta com recompras de fundos. Entretanto, no final do pregão caiu e se aproximou do patamar de US$ 1,20 por libra-peso acompanhando a forte valorização do dólar ante o real. Ontem, a Standard & Poor's sinalizou que o país pode perder o grau de investimento.
No mercado interno, de acordo com Marcus Magalhães, os preços hoje devem se manter firmes em reais graças a aceleração cambial dos últimos dias.
A colheita do café arábica avança nas principais regiões produtoras do Brasil, apesar de estar atrasada em relação aos anos anteriores, e o clima, no geral, não tem prejudicado os trabalhos no campo.
Entretanto, a qualidade dos frutos preocupa os produtores. Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta, o Presidente do Sindicato Rural de de Araguari-MG, Túlio Rodrigues da Cunha, informou que os grãos na região estão desuniformes e os produtores utilizam mais medidas para fazer uma saca de café beneficiado. Os custos estão mais altos e, em média, produtores gastam em torno de R$ 300,00 para produzir uma saca do grão. Já os preços estão entre R$ 420,00 a R$ 430,00/sc. A colheita do café por lá chega a 15% e a perspectiva é de quebra na safra.
» Em Araguari (MG), colheita do café arábica chega a 15% e perspectiva é de quebra na safra