Pesquisa mostra que glifosato não prejudica produção dos cafezais

Publicado em 23/07/2015 12:39

J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé 

Nos últimos anos muito se tem falado sobre a possibilidade de herbicidas com base em Glifosato (Round-up e outros) causarem problemas de toxidez e de perda de produtividade em cafeeiros.

Os trabalhos de pesquisa realizados, no entanto, mostram que o uso de Glifosato, no controle do mato em cafezais, não provoca perdas produtivas nos cafeeiros. 

Os resultados experimentais sobre a ausência de efeito do Glifosato podem ser vistos nos dois trabalhos cujas tabelas são aqui incluídas, nos ensaios realizados no Cepec, em Martins Soares (MG) e no Campo Experimental da Capal, em Araxá (MG).

No Cepec (tab 1) verificou-se que, na média das três safras computadas, houve até um pequeno acréscimo, de 6%, na produtividade dos cafeeiros onde foi usado o Glifosato, quando comparado com a parcela tratada só com a roçada do mato. Neste ensaio, onde o mato não foi controlado a perda foi de 39%.

No ensaio em Araxá (tab 2), desde o plantio e por dois anos seguidos, foram aplicadas doses crescentes de Glifosato, algumas até muito altas, 36 vezes superiores às doses normais, justamente para que, nessa condição, pudesse ser testada a possível ação danosa do produto sobre os cafeeiros. Os resultados obtidos mostram que, mesmo em doses muito altas, em nenhuma delas, a média de produtividade dos cafeeiros, nas dus primeiras safras, não se diferenciou daquela onde não se usou o produto.

As observações em campo confirmam os resultados experimentais. Qualquer um pode ver que nas áreas aplicadas com Glifosato para controle do mato em cafezais, quando parte da folhagem do cafeeiro é atingida, por deriva, na saia das plantas, os sintomas de toxidez, notados pela presença de folhas afiladas e de cor mais clara, ficam restritos àquela área da folhagem. Estes sintomas não se mostram em outras partes da planta, ou seja, o efeito fica localizado e não sistêmico. Mesmo ramos ao lado ou logo acima da área atingida, pela calda herbicida, não apresentam os sintomas de toxidez. 

  
 
Sintomas da toxidez (folhas afiladas e mais claras) por deriva de glifosato, nos dois ramos da saia (no centro da foto) e dos lados ramos normais. 
 
Sintomas da toxidez por deriva de glifosato nos quatro ramos da saia e, logo acima, ramos normais 

Tags:

Fonte: Fundação Procafé

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Safra é mais rápida, mas rendimento no Brasil preocupa e cotações avançam
Sebrae Minas, Senai e Expocacer assinam parceria que beneficiará cafeicultores do Cerrado Mineiro
Confirmando volatilidade esperada, bolsas voltam a subir e arábica avança para 240 cents/lbp
Região do Cerrado Mineiro lança campanha inédita para proteger origem autêntica de seu café
Com safra andando bem no Brasil, café abre semana com estabilidade
Café tem semana de ajustes nos preços e pressão da safra brasileira derrubando preços