Café: Quebra da safra do conilon no Espírito Santo prejudica negócios
Cultivar café no meio das montanhas do Espírito Santo é um grande desafio. É praticamente impossível manejar a lavoura com o uso de máquinas. Quase todo o serviço depende de muita mão de obra. Mesmo assim, os produtores capixabas estão conseguindo melhorar a produtividade de suas lavouras.
No ano passado, eles colheram dez milhões de sacas. Uma marca histórica, conquistada graças aos investimentos na renovação dos cafezais e na adoção de um sistema de divisão do trabalho que está dando muito resultado na região.
Nessa região do espírito santo, existe a tradição da parceria agrícola. O dono do cafezal terceiriza a produção para várias pessoas e eles dividem tudo meio a meio. É o caso de Gilson Barcelos da Silva, parceiro de uma fazenda da região.“Esse ano tá meio braba, uma quebra grande, uns 75%, principalmente por causa da seca ”, afirma.
A seca atingiu todas as regiões produtoras de café conilon no início do ano. Justamente na fase de formação dos grãos. Os técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) já estão percorrendo as lavouras para fazer um levantamento dos prejuízos.
“A gente observa que esse fruto tá de menor tamanho. Além disso, está mais leve, então isso interfere na produtividade e na qualidade final do produto. A estimativa do prejuízo varia muito de região pra região. No estado do Espírito Santo, a segunda estimativa de safra, a gente prevê um prejuízo na ordem de 22%, mas nós temos propriedades e regiões onde esse prejuízo passa de 60%”, diz Romário Ferão, agrônomo do INCAPER.
É o caso do município de Castelo, onde o agricultor Isaldino Frossard cultiva 40 hectares de café conilon. Ele está acostumado colher 62 sacas por hectare, mas esse ano vai colher 20, 22.
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