CNC: Governo reduz juros para FAC destinado a cooperativas de cafeicultores e estabelece limites de até R$ 1,2 mi para custeio

Publicado em 03/07/2015 10:44

ALTERAÇÃO NOS JUROS DO FUNCAFÉ — O Conselho Monetário Nacional (CMN) ajustou as normas para a contratação de operações de crédito rural desde 1º de julho deste ano. Entre as alterações apresentadas na Resolução BACEN nº 4.421, a instituição reduziu para 8,75% ao ano a taxa efetiva de juros do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) à linha de Financiamento para Aquisição de Café (FAC) destinada a cooperativas de cafeicultores que exerçam as atividades de beneficiamento, torrefação ou exportação. Anteriormente, a Resolução nº 4.414, de 2 de junho, estipulava em 10,5% a.a. a taxa de juros para essa linha de crédito.

LIMITES PARA CUSTEIO — A instituição financeira também apresentou os novos limites para os tomadores de financiamento na linha de Custeio do Funcafé. Desde 1º de julho de 2015, a alínea “d” do item 1 da Seção 2 (Custeio) do Capítulo 9 (Fundo de Defesa da economia Cafeeira – Funcafé) do Manual de Crédito Rural (MCR) passou a vigorar com a seguinte redação: “d) limite de crédito: o estabelecido no MCR 3-2-5, observado o disposto no MCR 3-2-8”, ou até R$ 1,2 milhão por tomador de acordo com a atualização apresentada na Resolução nº 4.421.

LIMITES PARA ESTOCAGEM — Em relação à linha de financiamento de Estocagem com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, o Governo Federal estipulou que o inciso I da alínea “b” do item 1 da Seção 3 (Estocagem) do Capítulo 9 do MCR passa a vigorar com a seguinte redação: “I - o limite do crédito por tomador para as operações de estocagem ao amparo dos recursos controlados é, cumulativamente, de duas vezes o valor estabelecido no MCR 3-2-5, em cada safra e em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR)”, o que implica um valor de até R$ 2,4 milhões para a safra 2015/16 de café no Brasil.

O Conselho Nacional do Café, ciente do aperto do cenário macroeconômico, o que desencadeou a elevação das taxas de juros do Funcafé como um todo, em uma atitude correspondente ao ocorrido com diversas outras linhas de crédito no Brasil, trabalhou junto ao Governo Federal para a obtenção dessa redução da taxa do FAC a Cooperativas de Cafeicultores, visando a dar maior liquidez ao setor, assim como para a ampliação dos limites nas linhas de Custeio e Estocagem. Nesse sentido, agradecemos ao Governo pela compreensão de nossos argumentos e entendemos que o setor produtor deverá ter um cenário melhor em meio ao atual cenário de aperto econômico no País.

MERCADO – Nesta semana mais curta devido às comemorações do Dia da Independência nos Estados Unidos, os futuros do café arábica apresentaram fortes perdas. Vendas especulativas às vésperas do feriado norte-americano e o comportamento do dólar balizaram essa tendência.

Após a significativa alta na quarta-feira, o dólar comercial devolveu os ganhos ontem, encerrando a sessão a R$ 3,096, com queda de 1,03% em relação ao fechamento da semana anterior. A divulgação de estatísticas positivas sobre a economia dos EUA, as perspectivas de continuidade do aperto monetário no Brasil e, em menor escala, a possibilidade de “default” na Grécia foram os principais fatores que influenciaram a precificação da moeda norte-americana nos últimos dias.

Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,274 por libra-peso, acumulando queda de 605 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na  ICE Futures Europe, também registraram perdas. Na quinta-feira, o vencimento setembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.745 por tonelada, acumulando desvalorização de US$ 73 desde a última sexta-feira. O comportamento dos futuros do robusta continua indicando preocupação quanto à restrição de oferta no curto prazo, já que o vencimento julho segue mais valorizado do que o setembro.

Em relação à colheita brasileira, uma frente fria causará chuvas isoladas no Sul de Minas Gerais nos próximos dias. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) avalia que as atividades de cata têm avançado em todas as regiões produtoras, mas, apesar do aumento na demanda por lotes da nova safra, o ritmo dos negócios continua lento. Ontem, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 406,83/saca e a R$ 306,63/saca, respectivamente, com variação de -3,55% e -0,79% em relação à última sexta-feira.

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Fonte: CNC

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